4/05/2018

Inserção de fontes renováveis intermitentes na matriz energética está em discussão

Imagem: Pexels

Parceria entre EPE, GIZ e ONS promete realizar estudo para entender como as fontes de energia intermitentes podem integrar o sistema energético brasileiro

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Sociedade Alemã para a Cooperação Internacional (GIZ) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) iniciaram uma pesquisa para aprofundar os conhecimentos sobre a inclusão das energias renováveis intermitentes na matriz energética brasileira.

Denominado como “Aspectos a considerar na inserção de fontes renováveis de energia na matriz energética brasileira”, o estudo será feito em cinco etapas distintas: aspectos regulatórios, energéticos, elétricos, metodológicos e tecnológicos. O estudo pode ser importante para a evolução do uso da energia eólica no país.

Aos poucos, as matrizes intermitentes vão ganhando corpo na matriz. Em 2017, pela primeira vez, essa fonte respondeu por 10% da produção energética do Brasil, de acordo com os dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica).

Além da eólica, a energia solar e a combinação dessas duas fontes devem integrar este processo. Estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que, até 2024, cerca de 1,2 milhão de pontos do país vão investir nesse tipo de prática. As baterias solares, neste caso, são uma tendência de crescimento. Há um consenso entre os especialistas de que as fontes intermitentes devem fazer parte da matriz, mas elas não podem ser a principal fonte.

Licitação Internacional

Após uma licitação internacional, a empresa Lahmeyer International foi escolhida para realizar essas pesquisas, com prazo de 14 meses para a entrega dos resultados. O estudo pretende aprofundar como o sistema elétrico do país deve se preparar para ter sucesso na busca pelo aumento do uso das fontes renováveis, identificando quais os pontos críticos em termos de operação e expansão para superar esses desafios.

Outro dos pontos visados está em detectar quais os recursos tecnológicos que devem ser trabalhados para que as fontes de energia intermitentes possam penetrar no Sistema Interligado Nacional (SIN) no médio e longo prazo, com mais garantias de sucesso.

Armazenamento

Números da Copel mostram que o fator de capacidade dos geradores eólicos no Brasil pode atingir 50%, especialmente nos estados do Nordeste e no Sul do Rio Grande do Sul. O fator de capacidade representa o período em que os equipamentos estão, de fato, em operação. Na Europa, onde a tecnologia é bastante difundida, o fator de capacidade fica em torno de 30%

Um dos desafios em relação a essas energias está em seu armazenamento. Enquanto outras fontes, como a hidrelétrica, termelétrica, podem ser “guardadas” no Sistema, as fontes intermitentes, em tese, precisam ser usadas imediatamente. Por isso, a evolução da tecnologia nesse sentido pode garantir uma segurança maior para o uso das energias eólica e solar na fonte energética brasileira.

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