1 ano do apagão no Amapá: o que mudou nesse período?
Após 1 ano do apagão no Amapá, novo leilão promete incrementar a infraestrutura, oferecendo mais segurança ao estado, que sofre com a falta de conexão com outros sistemas do país
Imagem: Governo do Amapá
No início de novembro, passou-se 1 ano do apagão no Amapá, que afetou a população por 20 dias. Mais de 700 mil consumidores foram afetados pelo problema em 13 das 16 cidades do estado. O motivo? Uma explosão que causou o desligamento automático das linhas de transmissão e, na sequência, gerou um incêndio em um transformador da subestação. Este artigo do blog mostrou as principais informações sobre o apagão.
A situação do Amapá é atípica no Brasil. Graças à existência do Sistema Integrado Nacional (SIN), há uma interconexão entre sistemas elétricos em todo o país, exceto naquele estado. Dessa maneira, se um problema semelhante acontece em outros locais, há formas para contornar e garantir o abastecimento das regiões de outra forma, o que não era possível no Amapá. Ou seja, não havia um sistema de segurança, um backup, para garantir a recomposição da energia.
Na época, apenas dois dos três transformadores estavam em operação na subestação da Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE). Atualmente, conforme matéria do Poder 360, a subestação conta com 4 transformadores para atender o estado — dois seriam o suficiente. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) instalou um Sistema Especial de Proteção de corte de carga, visando evitar futuras sobrecargas.
Em julho deste ano, três diretores da LMTE foram indiciados pela Polícia Federal pelo apagão, que é considerado o maior da história do Brasil. Além disso, há um total de R$ 9,3 milhões em multas à LMTE e ao ONS que devem ser pagos. Segundo o Poder 360, até o início deste mês nenhum valor havia sido ressarcido, embora R$ 3,67 milhões deveriam ser quitados até o fim do mês, após esgotarem sua discussão nas esferas judiciais.
1 ano do apagão no Amapá: Novo leilão promete regularizar a situação
Está agendado para 17 de dezembro um novo leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que prevê investimentos de R$ 2,7 bilhões em 5 estados, incluindo o Amapá. De acordo com a Aneel, o lote estipula a construção em uma nova subestação para o estado, a Macapá III, com prazo de conclusão em até 42 meses a partir de março de 2022, além de uma linha de transmissão de 10 quilômetros.
Parece pouco, mas a Aneel, na própria divulgação do edital, afirma que se trata de solução estrutural para o atendimento elétrico à região de Macapá. “A inclusão do lote visa a solucionar o atendimento elétrico à região de Macapá, a fim de evitar ocorrências como as registradas em 2020”, informa a entidade.
Relatório sobre o apagão no Amapá
Em uma análise a respeito do apagão, o ONS fez 13 recomendações à LMTE para evitar que o problema se repetisse. Entre elas, estavam desde identificação e correção de falhas, realização de análises técnicas variadas, apresentar quais serão as providências a serem tomadas com seu devido cronograma, além dos requisitos técnicos dos novos transformadores e dos que foram reparados. Cada uma dessas medidas tinha prazos específicos, que variavam de dezembro de 2020 a março de 2021.
Na matéria do Poder 360, a LMTE afirmou que 12 das 13 orientações já foram atendidas e aceitas pelo ONS. “A recomendação relacionada aos novos transformadores adquiridos pela LMTE para a subestação Macapá está em implantação. A previsão de término da energização dos dois equipamentos é até o fim deste ano”, alega a empresa.