China dobra sua capacidade de energia solar
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Embora ainda aposte em fontes como o carvão e a nuclear, o país pretende criar 110 gigawatts de capacidade até 2020, segundo planos de seu órgão responsável
O crescimento econômico de um país está ancorado à capacidade de produzir energia. Um dos principais setores responsáveis pelo desenvolvimento de uma nação – a indústria, sobretudo com suporte ainda mais amplo da tecnologia – é, via de regra, o maior consumidor.
Se não houver estrutura suficiente, o país pode se manter estagnado por falta de segurança e de capacidade – além e ser um indicativo da economia do país. Nesse contexto, os países estão investindo cada vez mais em fontes de energias renováveis, com um destaque especial para duas fontes: a eólica e a solar.
Parece um paradoxo: a China, o maior emissor de carbono do mundo e que sempre ignorou os tratados globais por fontes de energia renováveis, é também o maior produtor de energia solar do globo. Embora aposte muito alto na energia nuclear e no carvão, a nação vem buscando outras fontes para suprir a sua demanda e também reduzir a poluição vista em suas principais cidades.
Por enquanto, a energia solar responde por 1% da produção do país, mas há a tendência de um crescimento representativo com o passar dos anos.
Crescimento rápido
No início de 2017, a China tinha uma capacidade fotovoltaica de 77,42 gigawatts (GWs) – sendo que 1 GW é o suficiente para suprir a demanda de uma cidade de 1,5 milhão de pessoas – frente aos 34,54 GWs registrados em 2015. Ou seja, sua capacidade de produzir energia solar praticamente dobrou em apenas um ano. Os dados foram divulgados pelo órgão responsável pela administração chinesa de energia, a NEA.
O mesmo órgão estima um investimento de US$ 360 bilhões no projeto solar até 2020, o que deve ampliar ainda mais a capacidade instalada de energia solar no país, adicionando outros 110 GWs de energia à atual capacidade. Neste ano, em maio, a primeira usina de energia solar flutuante entrou em operação na China – em um lago de uma mina de carvão abandonada.
Questão de saúde
As principais cidades chinesas convivem com um grande problema: a névoa causada pela queima de carvão. Como nos acostumamos a ver nas matérias de televisão, cidades como Pequim e Xangai estavam sempre cobertas do “fog”, causando problemas de saúde na população, mau funcionamento de aeroportos, entre outras consequências econômicas e sociais.
Em um mesmo tempo, dez cidades chinesas chegaram a decretar Estado de Emergência em função dos elevados índices de poluição, que ultrapassaram em até 30 vezes os limites indicados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Não à toa, os investimentos em energia eólica também têm aumentado, ainda que com uma representatividade menor na comparação com a energia solar.
Além das questões de saúde, o aumento da demanda de equipamentos e da expertise com a tecnologia contribuíram para isso. Há uma tendência de que as exportações das principais manufaturas chinesas também cresçam, reduzindo o valor dos equipamentos em escala global.
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