20/08/2018

Quais são os desafios do setor energético brasileiro?

Imagem: Pexels

Segundo relatório da PWC, ao menos quatro fatores devem ser levados em conta: oferta descentralizada, fortalecimento do consumidor, evolução tecnológica e os carros elétricos

Um relatório da PWC mostrou os principais desafios que serão enfrentados pelo sistema energético brasileiro. Estas questões envolvem aspectos legislativos, de infraestrutura e de tecnologia, pensando em um cenário global do futuro que já não parece tão distante assim.

As casas inteligentes (smart houses) e a indústria 4.0 são tendências, na qual a energia é um insumo fundamental. De nada adianta investimentos e mudanças em tecnologia sem a presença de energia elétrica, ainda mais se levarmos em conta que esses ambientes possam gerar sua própria energia a partir de placas fotovoltaicas – e até mesmo devolvê-las às concessionárias.

Por esse motivo, a fim de estar em linha com as novas necessidades e tendências do setor energético em todo o mundo, a pesquisa mostra alguns gargalos e como o país deve evoluir de forma a ir ao encontro das mudanças necessárias. São quatro elementos indicados pelo estudo:

  1. Oferta descentralizada e ambientalmente sustentável

O Brasil já tem uma matriz considerada sustentável, que é o sistema hidrelétrico. Entretanto, até mesmo pelo potencial inerente, os investimentos em energia eólica e solar devem ser cada vez maiores, segundo a indicação do relatório da PWC – a China, por exemplo, dobrou a sua capacidade de energia solar. No entanto, esses dois modais exigem uma adequação da infraestrutura legislativa e técnica em função de sua característica de geração intermitente.

Outro ponto importante – e que exige regulamentação – diz respeito à geração distribuída, já que muitos consumidores pretendem instalar seus painéis fotovoltaicos, produzindo energia tanto para abater da sua fatura quanto para devolver à rede. Ou seja, há a necessidade de desenvolver um ambiente favorável a esse tipo de investimento, com adequações de leis e investimentos em infraestrutura.

  1. Fortalecimento do consumidor

Neste novo cenário, o consumidor ganha um protagonismo. Anteriormente, bastava ao cliente pedir para a concessionária ligar a sua energia e, no futuro, há a possibilidade de gerar a sua própria energia, o que vai reduzir os seus custos, podendo até mesmo negociar o excedente. Ou seja, serão exigidos novos critérios na hora de contratar um serviço, tais como mecanismos para armazenar energia e até mesmo aspectos relacionados à negociação.

Muitos desses dados e negociações vão acontecer direto pelo meio digital. Dessa forma, o consumidor exigirá novos mecanismos de controle e de relacionamento com as concessionárias, modificando totalmente o aspecto atual.

  1. Inovação em tecnologia e processos

As indústrias esperam estar totalmente interligadas por meio da Internet das Coisas, assim como as chamadas Casas Inteligentes prometem estar em destaque. Em um cenário desses, o consumidor espera ter a mão seus dados de consumo em tempo real dentro de um sistema, a partir do uso de medidores inteligentes dentro de uma rede específica.

A complexidade de todo o sistema será aumentada, pois haverá necessidade de repassar mais informações ao consumidor e, ao mesmo tempo, gerenciar um sistema no qual energia é gerada, armazenada e devolvida às redes a partir das unidades consumidoras, seja uma indústria ou residência.

Para se ter sucesso neste cenário, há uma exigência de investimentos contínuos: na infraestrutura, na capacitação de profissionais, em tecnologia, entre outros pontos que serão necessários.

  1. A presença dos carros elétricos

Embora não sejam muito vistos no Brasil, os carros elétricos já estão se difundindo pelos países mais desenvolvidos – inclusive com prioridade de deslocamento e de estacionamento. Estes veículos também vão modificar os índices de consumo das residências, fazendo com que todos os sistemas precisem ser adaptados para um maior volume de energia.

Ou seja, o sistema elétrico brasileiro precisa se planejar para um futuro – que não é tão distante assim –, garantindo que as necessidades do setor produtivo e dos consumidores sejam atendidas.

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