Os desafios e tendências do setor de energia no pós-pandemia
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Levantamento da KPMG mostrou quais as dificuldades sentidas pelo setor com o isolamento social e diminuição da produtividade econômica causada pela Covid-19 e quais as possíveis projeções para o futuro próximo
Uma das principais empresas em prestações de serviços e auditoria do mundo, a KPMG elaborou um estudo mostrando o impacto da pandemia em diversos segmentos. Entre eles, encontra-se o de energia e recursos naturais. Para o setor, a expectativa é que haja a necessidade de reiniciar, o que significa que as companhias terão que “lutar para se recuperar devido à demanda ‘permanentemente’ reduzida por ofertas, capital insuficiente para evitar a recessão ou má execução de transformação digital”.
A análise feita pela empresa conta com outras três status de segmentos:
– Crescimento – Companhias que vão se beneficiar do novo comportamento do consumidor pós-pandemia. Entre eles, a KPMG cita os segmentos de entrega de comida, químicos e petroquímicos, media streaming, educação digital e telemedicina.
– Retorno ao normal – Na medida em que o isolamento social reduzir, as empresas que integram esse grupo voltarão aos seus resultados normais, caso de serviços financeiros, tecnologia e telecomunicações, bens de consumo, transporte rodoviário e urbano e utilidades públicas.
Transformar para reemergir – É o grupo que terá mais dificuldades em razão da demora de seus setores, o que vai exigir reservas de capital para resistir e até mesmo possíveis transformações em seu modelo de atuação, seguindo os novos comportamentos do consumidor. Turismo e lazer, automotivo, imobiliárias e construtoras e óleo, gás e etanol se encontram neste grupo.
Os desafios e as tendências para o setor elétrico
Como houve impacto direto no consumo de energia e, sobretudo, da inadimplência de muitos consumidores, as empresas do setor tendem a sofrer com o seu caixa, especialmente pela necessidade de continuar a realizar manutenções em seus empreendimentos em prol da segurança energética. Como o governo tem uma preocupação adicional com os consumidores de baixa renda, já existe uma busca de minimizar esses impactos para as companhias do segmento.
Em um primeiro momento, os players do setor vão focar na manutenção dos seus negócios e deixar em segundo plano investimentos em modernização, caso das energias renováveis ou grandes inovações. É provável que muitas companhias busquem meios de renegociar, postergar dívidas e recuperar créditos – ou, no caso de alguns setores, contar com aportes do governo.
Embora haja um primeiro movimento de manutenção, há muitos processos que ainda precisam passar por digitalização, o que deve ser feito para reduzir os custos com mão de obra. Além disso, devem seguir estudos e maneiras de inovar dentro de um setor que tradicionalmente sofre para se reinventar.
Os desafios e tendências para o setor de óleo e gás
O setor de petróleo já vem encarando uma crise antes mesmo da pandemia, com a disputa entre vários produtores – Rússia e Arábia Saudita, em especial – que derrubou os preços do barril.
Durante a pandemia, no entanto, o isolamento social, a quase total parada do setor de turismo e a ociosidade de muitos setores produtivos levou a uma queda da demanda pelos derivados do petróleo, caso dos combustíveis. Há preocupação sobretudo com os campos de menor produção, que correm risco, assim como seus fornecedores.
Nas tendências para o setor, aparecem o foco na preservação de caixa e o gerenciamento de riscos, a busca por recuperação de créditos, postergação de pagamentos e renegociação de dívidas, a criação de comitês específicos para mediar conflitos, a busca pela otimização de custos e a gestão do portfólio de ativos, com foco na diversificação.