20/07/2020

Energia trifásica no interior do Paraná: o que isso significa?

Crédito: Copel

Com mais de um terço do PIB oriundo da agropecuária, governo promete dar mais segurança energética a agricultores e produtores rurais do estado com a iniciativa

Em outubro do ano passado, o governo do Paraná anunciou o Paraná Trifásico, com a promessa de investir R$ 2,1 bilhões para a construção de 25 mil quilômetros de redes em todo o estado. A iniciativa consiste na ampliação de redes trifásicas de energia no campo até 2025. Implantada na década de 1980, a atual estrutura (monofásica) dificulta a ampliação dos negócios do campo, que estão cada vez mais estruturados e tecnológicos – o que demanda mais energia e mais segurança no fornecimento.

Em junho, o governo do Paraná, por meio da Copel, instalou 310 quilômetros do total de 25 mil prometidos – o equivalente a 1,24% do total. Embora o porcentual ainda seja baixo, trata-se de demonstração de que, mesmo durante a pandemia, o projeto está saindo do papel. O secretário da Agricultura e Abastecimento do Estado, Norberto Ortigara, explica que o investimento é importante para o agronegócio paranaense – que representa cerca de 34% do PIB do estado.

“Energia é um insumo cada vez mais importante no campo. A produção evolui na mecanização, digitalização e nos processos de produção de animais, que têm uso intensivo de energia. O agronegócio paranaense cresceu muito, mas não houve investimentos mais consistentes na área energética que acompanhasse esse crescimento”, explicou à agência de notícias do estado.

Nos últimos anos, as propriedades rurais passaram a investir em equipamentos e em sistemas de gestão e de controle capazes de praticamente acompanhar o andamento da colheita e da produção em tempo real. Este tipo de tecnologia demanda mais energia para as propriedades, que, no passado, eram vistas como menos dependentes de energia.

Da mesma forma, os agricultores e produtores rurais também têm mais interesse por soluções relacionadas à energia elétrica, como a assessoria para geração de energia elétrica ou consultoria em energia elétrica.

Mais segurança energética

De acordo com a Copel, as obras seguem dentro do cronograma, mesmo com a pandemia e com números ainda tímidos, mas que já começam a beneficiar produtores das áreas que receberam a melhoria. Na avaliação de Ortigara, as redes trifásicas oferecem mais segurança ao produtor para fazer investimentos e uma garantia de redução de perdas por problemas considerados técnicos.

“Os produtores às vezes ficam sem o lucro do ano porque perderam uma fornada de tabaco, um tanque de expansão de leite, morreram pintinhos ou leitões por causa da queda de energia”, ressalta. Os equipamentos com motores trifásicos costumam ser mais eficientes e baratos, com falhas menores, dando mais tranquilidade também para investimentos no segmento.

A Copel explica que a nova rede conta com redundância de fornecimento e cabos protegidos, visando justamente evitar interrupções causadas por motivos diversos, como quedas de galhos ou outros objetos e intempéries. As estimativas da companhia – que considera a iniciativa o principal investimento da empresa na área de distribuição – são de reduzir em pelo menos 30% o tempo de queda de energia para os produtores agrícolas do estado.

A companhia ressalta que a qualidade do fornecimento vai beneficiar os produtores que dependem da chamada energia elétrica intensiva, caso de produtores de laticínios, suínos, aves, fumo e peixe.

(Imagem: site Copel)

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