7/12/2020

Fundos de investimento visam projetos de energia renovável

Imagem: Pixabay

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios podem se tornar meios de viabilizar projetos e garantir retornos mais interessantes aos investidores

Se um dos desafios do setor de energia é encontrar formas de financiar os seus projetos – geralmente, aportes de grande monta –, uma nova modalidade que está ganhando força no mercado financeiro pode auxiliar a encontrar recursos para esse tipo de iniciativa. Uma das maneiras de financiar projetos de empresas do segmento de energia são os chamados Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs).

Esse tipo de aporte funciona como uma união de investidores com um objetivo em comum, agrupando os seus recursos. Para tal, há a necessidade de destinar uma parcela de, no mínimo, 50% desse patrimônio líquido aos direitos creditórios – a possibilidade de receber dinheiro ou títulos oriundos de operações financeiras, comerciais, imobiliárias ou ativos financeiros e investimentos. Essas “dívidas” são convertidas em títulos a vendidas a terceiros.

No caso dos FIDCs relacionados ao segmento de energia, eles costumam estar associados a corretoras e voltados a investidores com mais familiaridade ao segmento. Em geral, esse tipo de investimento está sujeito ao chamado risco de mercado, que afeta a sua rentabilidade por fatores relacionados ao desenvolvimento do projeto em si – como sua conclusão, seu rendimento, entre outros aspectos.

Financiamento de energias renováveis

Recentemente, o blog Radar Econômico trouxe a informação de que algumas empresas do mercado financeiro estão estruturando fundos voltados a financiar projetos de geração de energias renováveis – uma tendência observada em todo o mundo. “Este mercado está em franco crescimento e o Brasil possui um grande potencial para se desenvolver”, comentou o sócio da Valora, Carlos Sartori.

Esse movimento ocorre no momento em que os investidores buscam novos segmentos para aportar os seus recursos, especialmente com a queda da taxa básica. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades de Mercados Financeiros (Anbima), houve aumento de 143% nos chamados fundos estruturados (incluindo os de investimentos em participações) e de 13,7% nos FIDCs nos últimos 12 meses – período de novembro de 2019 a novembro de 2020.

“Esse aumento é um claro sinal da busca por diversificação das carteiras de investimentos, impulsionada pela queda da taxa básica de juros”, afirma o diretor do Fórum de Gestão de Fundos Estruturados, Luiz Chrysostomo. Não à toa, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta investimentos de R$ 70 bilhões no setor na próxima década. Da mesma forma, as energias limpas têm movimentado o setor de fusões & aquisições.

Em outubro, o Brasil ultrapassou a marca de 400 mil unidades consumidoras com geração distribuída solar fotovoltaica, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Estima-se que só esse modal tenha aportado R$ 19 bilhões em novos investimentos ao país desde 2012, contribuindo na geração de 110 mil empregos.

Em publicação no site da Associação Brasileira de Energia Eólica, os serviços relacionados ao setor aportaram R$ 66,9 bilhões no mercado brasileiro. A partir disso, houve cálculo dos efeitos indiretos, que chegariam a R$ 262 bilhões e gerando mais de 498 mil empregos por ano entre 2011 e 2019.

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