Eólicas e solares ampliam oportunidades de emprego no setor de energia
Além dos postos de trabalho já ocupados, segmento tem potencial de abertura de vagas, o que gera procura por capacitações e cursos específicos sobre os temas
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É comum o blog mostrar como os empreendimentos de energias fotovoltaicas e eólicas têm se destacado e assumido um protagonismo no aumento da capacidade instalada do país e na diversificação da produção. Há diversos fatores para essa expansão, em especial o fato de o Brasil ser propício para este tipo de investimento, reduzindo o período de intermitência desses modais, o que amplia o seu potencial.
Além de trazer segurança energética e diversificar a produção brasileira com uma matriz majoritariamente renovável e sustentável, o crescimento dos empreendimentos fotovoltaicos e eólicos resulta em outra vantagem: a geração de emprego no setor de energia, o que beneficia a economia e a população das áreas mais próximas aos parques de produção.
Qual é o tamanho do impacto do emprego no setor de energia
Entre 2012 e 2021, o setor de energia solar gerou mais de 347 mil empregos, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar, divulgados no Portal da Indústria. Em 2020, por exemplo, o segmento foi responsável pela criação de 86 mil postos de trabalho relacionados à produção e à distribuição de energia oriunda da luz do sol, mesmo com o impacto da pandemia.
No caso dos ventos, a situação é semelhante. Estudo recente divulgado pela ABEEólica mostrou que o impacto de cada R$ 1 investido no setor se reverte em R$ 2,90. Entre essas vantagens geradas para a economia, aparecem também os postos de trabalho. Os dados apontam para uma estimativa de 196 mil empregos criados entre 2011 e 2020.
“Esta é a prova de que, além de ser uma energia renovável, a eólica também tem forte componente de aquecer atividades econômicas das regiões aonde chegam parques, fábricas e toda a cadeia de sua indústria. Este é um número fundamental num momento em que discutimos a retomada econômica verde”, disse Elbia Gannoum, presidente da ABEEólica, ao site da instituição em matéria sobre a pesquisa.
E as perspectivas são muito positivas para o futuro: “Internacionalmente, trabalhamos com valores que vão de 10 a 15 postos de trabalho por MW”, ensina Elbia.
“Neste exato momento, temos quase 5 GW em construção pelo País, então sabemos que são mais de 50 mil trabalhadores neste momento construindo nossas futuras eólicas, além dos mais de 15mil em Operação & Manutenção”, ressalta a presidente. Estima-se que, atualmente, existam cerca de 260 mil trabalhadores envolvidos nessas operações no país.
Capacitação
Em um segmento especializado como o de energia, muitas pessoas precisam passar por cursos e capacitações para estarem aptas a concorrer a um emprego no setor de energia. De acordo com dados do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a qualificação desenvolvida para “eletricista de sistemas fotovoltaicos” dura 160 horas.
Em 2018, foram 3.237 concluintes; em 2020, foram 1.645, reflexo direto da pandemia; até outubro de 2021, o Senai registrou 2.709 inscritos. Quando concluem o curso, esses profissionais estão habilitados a diversas tarefas, como dimensionamento de cargas, uso de equipamentos específicos, instalações e reparos em residências, indústrias e empresas.
Para a energia eólica, o Senai registrou 1.166 inscritos em 2020 e 1.323 matrículas até outubro de 2021, também demonstrando crescimento da demanda. Em 2021, por exemplo, o Brasil teve o maior acréscimo à matriz energética desde 2016, puxado pelas usinas eólicas.