Brasil deve ter um dos maiores aumentos de capacidade instalada em 2022
2021 já registrou o segundo melhor desempenho da série histórica, e a Aneel se mostra otimista com a ampliação prevista para este ano
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As previsões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) são de que, em 2022, o Brasil deve ter um dos maiores aumentos da capacidade instalada de geração no Brasil. Essa projeção já leva em conta o resultado de 2021, quando foram adicionados 7.562 megawatts (MW), o que representou aumento de 20% em relação a 2020 e o segundo melhor desempenho da série histórica, que começou em 1997.
O otimismo da Aneel segue também o planejamento previsto até 2026, conforme os dados do Plano de Operação de Médio Prazo, elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A expectativa do documento é que, até 2026, o Sistema Interligado Nacional (SIN) alcance 191,3 GW de capacidade, uma expansão de 11% da época de elaboração do documento.
Como se dará o aumento da capacidade instalada
As fontes renováveis devem representar a maioria do investimento realizado pelas empresas, em especial as usinas movidas à força do vento e do sol.
Conforme demonstramos neste artigo, tanto os módulos fotovoltaicos instalados por residências ou empresas quanto as eólicas tiveram ampliação nos últimos anos. Somente no primeiro semestre de 2021, a instalação de módulos fotovoltaicos superou o total de 2020, e as eólicas ampliaram a sua capacidade em 11 vezes na última década.
No entanto, outros aportes devem ser feitos em empreendimentos cuja energia não seja intermitente, como as térmicas e nucleares, que possam ser acionados para trazer segurança energética ao país. O país ainda está enfrentando um período de escassez hídrica, e a diversificação de modais é o caminho mais inteligente para reduzir dependências e dar tranquilidade aos empresários do país.
Atualmente, o país conta com a capacidade instalada de 181,9 GW. Desse total, 56% são oriundos de hidrelétricas, 25% de usinas térmicas e 11% das eólicas. Os empreendimentos em obras contabilizados pela Aneel mostram prevalência dos modais renováveis: 39% deles são eólicos, 28% fotovoltaicos, 18% térmicos e 10% nucleares.
Há, também, obras que já entraram no planejamento da organização, mas ainda não começaram a ser construídas, sendo 65% de usinas fotovoltaicas, 17% de eólicas e 15% de térmicas.
Suportar o crescimento econômico
Esses investimentos são necessários para suportar um potencial aumento de demanda, que é previsto por muitas instituições do segmento de energia, especialmente se o Brasil voltar a apresentar crescimento econômico. No caso do setor energético, as projeções da capacidade instalada sempre partem de perspectivas econômicas otimistas, visto que se trata de um pilar para garantir o crescimento.
Em 2021, o país teve um crescimento econômico de seu PIB superior a 4% e, consequentemente, o consumo de energia teve aumento de 4,1%. As duas variáveis são dependentes entre si, e os investimentos no segmento precisam se antecipar ao aumento de demanda, visto que se tratam de empreendimentos e obras de médio e longo prazo em sua maioria até que possam ser acionadas.
Por isso, a posição da Aneel em relação ao aumento da capacidade instalada é um tipo de recado a empresários e potenciais investidores interessados no Brasil: há condição de crescimento e segurança para a ampliação dos negócios.