26/09/2022

7 mitos sobre a energia nuclear

7 mitos sobre a energia nuclear

Vamos apresentar algumas das principais dúvidas sobre a energia nuclear, que sofre com o desconhecimento por parte da população

(Imagem: Pexels)

Atualmente, o Brasil conta com a operação de duas usinas nucleares, a de Angra 1 e de Angra 2. A de Angra 3 sofre com dificuldades em seu processo construtivo, que está em 65%, conforme as informações da eletronuclear. Em todo o mundo, as usinas nucleares representam cerca de 5% da matriz energética, enquanto no Brasil ela está pouco acima de 1%.

Em um cenário de transição energética, essa fonte pode auxiliar na redução da emissão de CO2 na atmosfera e na redução de combustíveis fósseis para abastecer as termelétricas.

Duas situações interferem no imaginário popular sobre o funcionamento dessas plantas e criam mitos sobre a energia nuclear: as bombas de Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra Mundial e o acidente nuclear de Chernobil.

Baseado em informações de um podcast desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia, com respostas do assessor especial de Gestão Estratégica do MME, Ney Zanella dos Santos, que conduz a governança nuclear da pasta, vamos trazer questões comuns sobre a energia nuclear.

7 mitos sobre a energia nuclear

Mito 1: A probabilidade de um acidente nuclear é alta

A probabilidade de uma usina explodir é de 1 em 1 milhão de anos. É possível afirmar que o risco de um acidente é de quase zero. Uma das causas para esse temor é a comparação com as bombas atômicas: a energia nasceu desses artefatos, mas foi controlada e é muito segura. Além disso, o acidente de Chernobil interferiu na tecnologia e nas medidas de segurança adotadas nas plantas.

Mito 2: Morar perto de uma usina nuclear é perigoso

Por questões logísticas, as usinas nucleares são instaladas, em geral, perto dos grandes centros consumidores. Só isso já mostra que se trata de um mito. Além disso, é uma alternativa e que não emite CO2 para a atmosfera, sem contribuir para o aquecimento global – quanto mais próxima das cidades, maior o seu uso.

Outro ponto a se destacar é que os técnicos que operam as usinas, que detém conhecimento sobre a tecnologia, vivem em vilas próximas com os seus familiares. Se houvesse risco, eles estariam lá? Para Zanella dos Santos, é um mito que nasce da falta de informação.

Mito 3: O Brasil está indo na contramão do mundo ao investir em energia nuclear

Dados da Associação Nuclear Mundial mostram que existem 437 reatores em operação no mundo. Além disso, são 59 em construção em 2022: 10 em países da Europa, 21 na China, 8 na Índia, 4 na Turquia e 3 na Índia. O Brasil está investindo na de Angra 3 atualmente.

Mito 4: Usinas nucleares não trazem benefício ao país

O fato de grandes potências investirem nesse modal energético mostra seu potencial. Além da riqueza, da renda e do emprego na região de sua instalação, o Brasil conta com abundância de urânio – está entre as 10 maiores reservas do planeta. Dessa forma, ganha-se uma fonte de energia que pode suprir as intermitentes (eólica e solar) e períodos de escassez hídrica a um custo menor do que as térmicas.

Mito 5: energia nuclear é cara

É fato que a construção da usina é bastante elevada, mas o seu custo de produção não: estima-se que uma usina opere por, ao menos, 60 anos. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, os custos de geração por mW/h são:

– Solar: de US$ 100 a 350

– Eólica: de US$ 130 a 270

– Hidráulica: de US$ 25 a 250

– Térmica: de US$ 80 a 200

– Nuclear: de US$ 40 a 100

Ou seja, em seu custo mais elevado, a térmica está no mesmo patamar do mais baixo da solar. Além disso, ela conta com um fator de capacidade de 90%, o que significa que produz em 90% do seu tempo de operação. As intermitentes têm valores mais baixos (30% na solar) e mesmo nas hidrelétricas (de 40% a 60%), dependendo da capacidade do reservatório.

Mito 6 – A mineração de urânio polui muito

Depois de desastres associados à mineração, como o de Brumadinho, muitas pessoas temem pela retirada do urânio. Há, é claro, o impacto de tirar o material da terra e expô-lo fora do seu habitat. Mas não existe uma maior poluição por irradiação, como se imagina, além do natural. Além disso, os resíduos do processo produtivo são secos, o que torna sua administração mais simples.

Mito 7 – “Lixo atômico” não tem solução

O rejeito nuclear se trata do combustível já irradiado. Esse combustível é guardado para uma possível aplicação futura, conforme o seu nível de radioatividade: baixo, médio e alto. Os de baixo e médio grau são armazenados em locais específicos dentro ou nas proximidades das usinas, porque já foram degradados ao longo do tempo. Por ser material sólido, não existe risco de vazamento.

No caso do material de nível de radioatividade alto, ele é armazenado em uma piscina por cerca de 20 anos. Depois, é levado para tubos blindados, garantindo a sua segurança. Vale destacar que a tecnologia está em constante evolução, e os rejeitos podem ser aproveitados no futuro.

Esses foram alguns dos principais mitos sobre a energia nuclear. Acompanhe outras novidades sobre o setor de energia brasileiro no blog da Solfus!

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