A importância da informação de qualidade no planejamento energético do Brasil

Quando os dados não estão livres para todos os players de um segmento, esta informação – considerada assimétrica – impacta em todo o segmento: leia o artigo para saber mais

(Imagem: Freepik)

Um dos desafios do planejamento energético de um país como o Brasil é propiciar dados de qualidade para todos os envolvidos. Este cuidado envolve desde municiar o consumidor com informação, assim como orientar e permitir que os players de variadas áreas façam suas avaliações de investimentos e aportes em diferentes projetos.

Nesse contexto, um dos órgãos fundamentais para o planejamento energético do Brasil é a Empresa de Pesquisa Energética, a EPE. Uma de suas atribuições é a realização de estudos periódicos, de forma a trazer inovações para o segmento, assim como identificar as demandas do setor. Neste artigo, mostramos quais pesquisas devem ser realizadas ao longo de 2024.

É este tipo de estudo que envia subsídios à Aneel na tomada de decisões relacionadas à estruturação do setor de energia. Com isso, torna-se mais fácil estabelecer prioridades regulatórias, de modo a dar segurança jurídica e permitir a evolução do setor de energia.

A importância da informação no setor de energia

Em uma publicação em seu site, a EPE se aprofunda sobre o impacto da existência de dados para o setor de energia evitando que players sejam beneficiados no que se define como informação assimétrica: “A informação é assimétrica quando, em um mercado, um dos agentes possui maior informação sobre o bem ou serviço transacionado do que o outro”.

Nesse contexto, a informação assimétrica seria uma espécie de falha de mercado, pois impede que as forças do mercado atuem de forma equilibrada, interferindo em toda a operação do sistema. Em um segmento de alta complexidade, como o de energia, a existência de informações garante uma melhor alocação de recursos, assim como a tomada de decisão dos agentes.

“Em condições ideais, a informação deveria estar disponível, acessível, com baixo ou nenhum custo de obtenção para todos os agentes do mercado”, afirma o documento da EPE. No entanto, a informação é um ativo caro e, em muitos casos, não é livremente compartilhada. A fim de evitar esta falta de equilíbrio, a EPE age para disponibilizar dados que possam ser livremente acessados.

Entre os estudos realizados, estão:

– Estudos de planejamento setorial;

– Apoio técnico na formulação de políticas públicas de mercado;

– Estudos de expansão, de garantia física e relacionados aos leilões;

– Estatísticas energéticas de mercado, como anuários e balanços;

– Planos e programas de expansão;

Quais são os desafios para a transição energética no Brasil? Explicamos neste artigo!

Planejamento energético: o papel do poder público

Diante deste cenário, o papel das instituições é justamente o de prover informação de qualidade aos players atuantes e aqueles interessados em participar deste ecossistema. “Uma instituição pública, tal qual a EPE, como agente neutro e sem interesses econômicos próprios, é capaz de disseminar a informação de forma ampla e irrestrita a todos os agentes, contribuindo para a redução das assimetrias”, explica.

Como o segmento de energia é fundamental para toda a economia do país, o propósito da EPE é reduzir ao máximo o custo da obtenção de informação. Dessa forma, mais players podem participar do mercado com segurança e tomando suas decisões baseados em estatísticas públicas, confiáveis, acessíveis e atualizadas – e que também está disponível para toda a sociedade.

Nesse contexto, o relatório cita a EIA (Energy Information Administration), que atua na gestão e planejamento energético dos Estados Unidos. Com o aumento da complexidade da administração das informações energéticas e de sua relação com outros segmentos, a informação e esta visão ampla de dados traz benefícios a todos os envolvidos: do governo ao setor privado.

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