9/10/2017

A polêmica sobre o horário de verão

Imagem: Pexels

Adiantamento de uma hora no relógio, em outubro, correu o risco de ser vetado em 2017; entenda o que mudou para que a medida fosse considerada

O horário de verão é um daqueles temas do tipo “ame ou odeie”. Há pessoas apaixonadas pelo adiantamento, fazendo com que cheguem em casa em plena luz do dia, sentindo-se motivadas para realizar atividades de lazer ou físicas. Por outro lado, quem levanta muito cedo reclama de acordar em “plena madrugada”, algo que mexe com o horário biológico de cada um de formas distintas.

Fato é que, nesta queda-de-braço, o grupo do “ame” venceu o do “odeie”. Neste ano, o governo federal estava cogitando cancelar o horário de verão em razão da diminuição de sua efetividade em seu objetivo mais importante: a diminuição do consumo de energia. Desde 2008, há um decreto estabelecendo sua implantação, algo que, anteriormente, era avaliado ano a ano.

No entanto, o hábito de alterar o relógio – datado de 1931 – falou mais alto para a manutenção da iniciativa. O período de vigência do horário de verão será mantido de 15 de outubro a 17 de fevereiro de 2018 nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O que mudou

De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), há alguns anos, o chuveiro elétrico era o principal responsável pelo consumo de energia, o que ocorria entre 17 e 20 horas – momento em que as lâmpadas permaneciam desligadas em função da luz natural. No entanto, a popularização dos aparelhos de ar-condicionado fez com que esse pico se alterasse para o período da tarde, entre 14 e 15 horas.

A percepção é que, mais do que o horário, é o próprio calor que incide sobre o consumo. Ou seja, estender em uma hora o dia impactaria pouco ou muito pouco na economia gerada. As estimativas do governo federal são de que, nos últimos 10 anos, o horário de verão reduziu, em média, 4,5% de energia elétrica em horários de pico.

No ano passado, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a redução de energia foi de R$ 162 milhões, o equivalente a uma queda de 0,5% na carga das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O resultado atingido foi inferior ao estimado pelo governo, na ordem de R$ 240 milhões.

Consulta à população

Depois de o governo ficar em dúvida sobre a manutenção do horário de verão, o Ministério de Minas e Energia deve realizar uma consulta com a população para saber quais são as preferências em relação à medida. Ou seja, o “plebiscito” deve fornecer mais informações ao governo federal no sentido de decidir pela manutenção da medida.

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