As projeções para o SIN até 2026
Aumento da demanda é necessário, acompanhado por uma transformação dos modais de energia e de investimentos em infraestrutura para garantir a segurança do sistema, conforme o PAR/PEL
De 2022 até 2026, o Sistema Interligado Nacional (SIN) deve receber investimentos na ordem de R$ 23,9 bilhões, conforme o PAR/PEL do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Desse total, R$ 16,3 bilhões – o equivalente a 68% — correspondem a novas obras somente deste ciclo. Há também aportes de R$ 2,9 bilhões referentes ao leilão de transmissão 02/2021, que foi realizado em 17 de dezembro.
Esses recursos devem suportar um crescimento de demanda estimado em 20% na comparação com o maior consumo registrado em 2020. Há diferenças regionais: 26% na região Nordeste e 17% no Sudeste e Centro-Oeste. Em 2020, a carga máxima registrada foi de 91.065 MW; para 2026, espera-se 109.232 MW, um crescimento anual pouco superior a 2%. Esses valores levam em consideração as maiores demandas dos períodos de verão e de inverno.
Os dados são do Plano de Operação de Médio Prazo (PAR/PEL), que visa avaliar o desempenho do SIN em um período de cinco anos. O objetivo é garantir que “a operação futura seja realizada com níveis de segurança adequados, em consonância com os critérios de confiabilidade estabelecidos”, explica o documento.
Fontes de energia, conforme o PAR/PEL
Estima-se que, ao fim de 2026, o SIN contabilize 191,3 GW de capacidade, uma expansão de 11%, “sendo que desse montante 36 GW serão de usinas eólicas e fotovoltaicas”, diz o documento. Em termos de fontes de energia, as projeções são de redução das hidrelétricas e nuclear e ampliação das solares e das eólicas, como é possível ver no gráfico abaixo.
Com isso, há uma preocupação em relação ao abastecimento, sobretudo no que diz respeito às fontes consideradas intermitentes, embora elas sejam uma realidade no caminho para a transição de matérias-primas.
“Para garantir uma operação segura do SIN, será necessário prover recursos que permitam assegurar a qualidade e a confiabilidade desejadas para o atendimento ao consumidor de energia elétrica, frente às intensas rampas de carga provenientes da variabilidade do vento ou da transição do horário diurno para noturno”.
As necessidades segundo o PAR/PEL
Conforme o documento, para atender a carga e o escoamento de energia, foram identificados 418 empreendimentos necessários para “garantir a operação segura do SIN”. Há barreiras a serem superadas, pois 157 estão sem outorga, 65 sem licença ambiental, 181 em andamento e 15 sujeitos à revisão da outorga.
Essas situações levam a dificuldades na administração, visto que os empreendimentos não entregam o volume de energia necessário no prazo estimado. “Em relação aos atrasos, pode-se aumentar a exposição ao risco para a segurança elétrica do sistema, assim como as restrições ao pleno escoamento do parque gerador e ao atendimento à carga”, ressalta.
Nesse sentido, os investimentos e o aumento de recursos para o setor são fundamentais para garantir o abastecimento com segurança. Não se trata apenas de ampliar o número de usinas aptas a produzir energia, mas de focar em uma infraestrutura capaz de armazenar e transportar energia entre um país de dimensões continentais, cuja rede conta com diferentes níveis de demanda e investimento e evitar situações como a registrada no Amapá.
Nesse sentido, estima-se a criação de quase 8 mil kms em linhas de transmissão. “A evolução das demais interligações e seus respectivos limites de intercâmbios irão garantir a transferência de energia entre os subsistemas, com qualidade, equilíbrio e segurança”, diz o PAR/PEL. Essa possibilidade de rearranjos dá tranquilidade ao SIN como um todo, permitindo que um subsistema não fique sobrecarregado em determinados momentos.
Quer ter mais informações sobre o Plano de Operação de Médio Prazo (PAR/PEL)? Acesse o documento e saiba mais.