Atual infraestrutura supre demanda de energia até 2024
Crédito: Marcos Correa/PR/Agência Brasil
MME lançou Plano Decenal de Expansão, prevendo investimentos que devem ser realizados para garantir segurança energética até 2029
A atual infraestrutura energética do Brasil tem condição de suprir a demanda pelo menos até 2024. No cenário, não há qualquer risco de desabastecimento, de acordo com o governo e entidades do setor afirmaram ao Estadão.
As estimativas levam em conta a projeção de crescimento da economia do país – em 2019, o aumento do Produto Interno Bruno (PIB) foi de 1,1%. Embora o mercado tenha apostado em um potencial de ampliação superior a 2%, as estimativas já mostram que, neste ano, é provável que o país não cresça mais do que 1,5%. Mas sempre há a dúvida: será que o país está preparado para o aumento da demanda?
Se for levado em consideração o consumo de energia do país entre 2015 e 2019, houve ampliação de 5%: de 64 mil megawatts médios (MWm) para 67 mil MWm. Ressalta-se que, nos últimos anos, as hidrelétricas de Belo Monte, Santo Antônio e Jirau entraram em operação, assim como houve ampliação dos parques eólicos e solares em todo o país. Em outras palavras, o país oferece segurança energética para que especialmente os parques industriais possam aumentar a sua capacidade produtiva.
O parque termoelétrico também pode ser acionado em situações emergenciais, embora resulte em acréscimos à tarifa, visto que se trata de energia mais cara do que a hidrelétrica. Entre os desafios do setor elétrico listados pela Solfus, publicados no blog entre o fim de 2019 e início de 2020, apareciam a necessidade de investimentos e a diversificação dos modais de energia.
Expansão de Energia e segurança energética
Em fevereiro, o Ministério de Minas e Energia (MME) lançou o Plano Decenal de Expansão de Energia, que contempla o período entre 2020 e 2029. De acordo com o plano, os investimentos em infraestrutura energética para o período serão de R$ 2,3 trilhões, sendo que 19,6% voltados à geração e transmissão de energia elétrica. Mais de três quartos dos recursos (77,4%) serão destinados ao setor de petróleo e gás – destaca-se o foco do governo em reduzir o preço do gás.
No setor de energia, a estimativa do MME é de que a capacidade instalada do Sistema Interligado Nacional (SIN) prevista seja de 75,5 GW – sendo 60 GW em geração centralizada e 15,5 GW de autoprodução e geração distribuída. As projeções mostram investimentos de R$ 103,7 bilhões, sendo R$ 73,6 bilhões em linhas de transmissão (acréscimo de 55,8 mil quilômetros) e R$ 30,1 bilhões em subestações.
Em sua introdução, o PDE afirma que o seu objetivo primordial “é indicar, e não propriamente determinar, as perspectivas, sob a ótica do Governo da expansão do setor de energia no horizonte de dez anos, dentro de uma visão integrada para os diversos energéticos. Tal visão permite extrair importantes elementos para o planejamento do setor de energia, com benefícios em termos de aumento de confiabilidade, redução de custos de produção e redução de impactos ambientais”, diz.
O ministro Bento Albuquerque afirmou ao site do MME que o PDE visa dar transparência e tranquilidade aos players envolvidos no segmento. “Conduzir de forma transparente, com diálogo, com respeito aos setores vinculados ao MME, de apresentar o programa que vai dar o farol para que a gente possa efetivamente proporcionar a segurança energética que nosso País precisa para o desenvolvimento econômico, como todos nós sabemos, a energia é a base de toda infraestrutura de qualquer País”, disse.