Aumento da conta de luz deve superar 20% em 2022
Previsão é de que índice fique próximo ao registrado em 2021, com reajustes que acumularam quase 25% de crescimento da conta de luz
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Em 2022, a conta de luz deve aumentar em pelo menos 20%. Os dados foram divulgados pelo Estadão Conteúdo, conforme documentos internos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O índice assusta por dois motivos: a tarifa de energia já aumentou cerca de 25% neste ano, inclusive com a criação de uma nova bandeira tarifária (a de escassez hídrica), e, no ponto de vista econômico, por pressionar ainda mais a inflação – que corrói a renda da população.
De acordo com o Estadão Conteúdo, a Agência já trabalha com um impacto tarifário representativo, segundo documentos internos. “Nossas estimativas apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%”, diz o texto. O número é expressivo, sobretudo se for considerado o quanto a energia elétrica já subiu neste ano.
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da energia havia subido 24,97% em média no país até outubro. Para chegar a esse resultado, o IBGE analisou as variações das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, assim como as cidades de Brasília e de Goiânia.
O índice calculado pelo instituto é uma média entre todas as regiões, com variações locais, que podem ser mais altas ou mais baixas. Segundo o IBGE, Curitiba teve média acumulada de 29,36%, enquanto Goiânia estava em 13,36%. Parte da explicação por esses custos está justamente na bandeira de escassez hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na tarifa de energia para cada 100 kWh consumidos.
Tendência de alta
Essa tendência de aumento dos custos continua a persistir no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em novembro, o índice foi de 0,95%, puxado principalmente pelos setores de transporte e de habitação. Este último inclui o subgrupo da energia elétrica, um dos grandes vilões.
“Além da bandeira tarifária da Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, em vigor desde setembro, houve reajustes nas tarifas em Goiânia, Brasília e São Paulo. Em Belém e Porto Alegre o recuo decorreu da redução da alíquota de PIS/Cofins”, explica o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
Conta de luz: maior peso no orçamento
A energia elétrica também passou a ter um maior peso no orçamento do brasileiro em meio à pandemia. Com o maior tempo de permanência em casa, os custos passaram a ser naturalmente mais altos, mesmo antes dos aumentos de energia, conforme mostramos neste artigo. Não à toa, mais de 70% dos brasileiros passaram a economizar para reduzir o valor da tarifa.
Embora esse seja uma realidade do segmento residencial, trata-se de uma situação também percebida nos meios industriais e comerciais. A busca pelo Mercado Livre de Energia foi um movimento comum das empresas, visando negociar contratos e aumentar a previsibilidade dos custos com esse insumo (necessário a qualquer negócio). Os aumentos acima da média, porém, passaram a gerar dificuldades até mesmo para as comercializadoras, que sentiram dificuldades para cumprir contratos, criando o temor de calotes.
Outro caminho buscado por muitos negócios foi produzir a sua própria energia, via geração distribuída. No fim do primeiro semestre de 2021, o país superou 532 mil unidades consumidoras com módulos fotovoltaicos, o que permite usar a energia gerada para abater ou até mesmo zerar a conta de luz.
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