Comércio e serviços dão sinais de recuperação no consumo de energia
Acionamento da bandeira vermelha patamar 1 em maio, no entanto, é sinal de alerta para o setor produtivo, pois dificulta a retomada; Saiba mais sobre a recuperação no consumo de energia
Imagem: Saulo Cruz/Aneel
Depois de janeiro, fevereiro e março terem superado os 67 MWm médios, os dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) mostraram que dois dos setores que haviam sofrido mais durante a pandemia deram sinais de recuperação: Comércio e Serviços. Na primeira quinzena de abril, o consumo de energia desses segmentos no Mercado Livre subiu, respectivamente, 31,2% e 45%.
O mercado cativo também registrou aumento para os dois setores: 28,7% em serviços e 6,4% no comércio para o mesmo período. Na avaliação da CCEE, trata-se de um sinal de retomada da economia e da capacidade de adaptação dos dois setores às regras rígidas de funcionamento adotadas em muitos municípios para conter a disseminação do vírus.
A recuperação no consumo de energia é interessante, sobretudo após o resultado do segmento em 2020. O ano passado registrou queda de 1,6% no consumo total de energia elétrica na comparação com 2019, somando 474.231 GWh. As projeções pré-pandemia indicavam aumento de 3,7% no consumo total – em um cenário que se mostrou completamente diferente da realidade de 2020.
Bandeira vermelha
No entanto, ao mesmo tempo em que os setores passam sinais positivos de uma possível recuperação no consumo de energia depois de um 2020 muito difícil do ponto de vista econômico e social, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou, no fim de abril, que, em maio, a bandeira será vermelha patamar 1, o que representa um custo de R$ 4,169 para cada 100 kWh consumidos.
De acordo com a agência, o balanço hidrológico do período úmido 2020-2021 resultou no pior aporte hidráulico da história do Sistema Integrado Nacional (SIN), desde 1931, o que levou ao acionamento do patamar 1 da bandeira vermelha. “Abril marcou o fim do período de transição entre as estações úmida e seca nas principais bacias hidrográficas do SIN”, declarou a Aneel.
“Em maio, inicia-se o período seco, com os principais reservatórios apresentando estoques reduzidos para essa época do ano. Essa conjuntura sinaliza patamar desfavorável de produção pelas hidrelétricas e elevada necessidade de acionamento do parque termelétrico, pressionando os custos relacionados ao risco hidrológico (GSF) e o preço da energia no mercado de curto de prazo (PLD)”, declarou a agência.
Recentemente, a Aneel abriu a Consulta Pública 10/2021 para discutir a revisão dos adicionais e parâmetros para o acionamento das bandeiras tarifárias. A proposta prevê valor mais baixo para a bandeira amarela, mas encareceria o custo ao consumidor em seus patamares vermelho 1 e 2, como explicamos neste artigo do blog.
Vale ressaltar que a economia e o consumo de energia estão diretamente relacionados, em uma complexa equação. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), espera-se, após 2022, uma recuperação econômica mais estável, que permita a expansão doméstica dos meios produtores.
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