Em 2021, Brasil tem maior acréscimo à matriz energética desde 2016
Ampliação de 7.562 MW representa crescimento de 57,8% em relação a 2020; usinas eólicas foram as grandes responsáveis pelo acréscimo à matriz energética
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Em 2021, 7.562 megawatts (MW) passaram a integrar a matriz energética brasileira, um aumento de 57,8% em comparação com 2020 (de 4.790 MW). De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), trata-se do segundo maior incremento da série histórica que se iniciou em 1997, atrás apenas de 2016.
As usinas eólicas responderam por 3.694 MW da potência instalada em 2021, atingindo quase a metade do total atingido no ano. Atualmente, os ventos são responsáveis por 11,46% da matriz energética brasileira. A entrada dessas usinas em operação foi um dos fatores que garantiu a segurança energética do país em um ano de escassez hídrica – e, particularmente, muito difícil para o segmento.
As usinas hidrelétricas ainda são as maiores fontes de produção de energia do Brasil. Contudo, tiveram o seu uso reduzido e, em alguns casos, bloqueados pela falta de água. Sem chuvas, trata-se de um elemento que acaba sendo usado em primeiro lugar para o abastecimento das cidades e, posteriormente, para a geração de energia. Resultado: acionamento das térmicas e previsão de 20% de aumento em 2022.
Ao mesmo tempo em que os números trazidos pela Aneel são positivos, visto que o país não chegou a enfrentar até o momento uma pane no abastecimento energético (embora várias medidas tenham sido necessárias), esses investimentos precisam persistir para reduzir a dependência da energia hidráulica e, ao mesmo tempo, encontrar fontes menos onerosas ao consumidor do que as térmicas.
Qual a projeção para o futuro?
Ao que parece, o planejamento de investimentos futuros parece se desenhar de forma adequada para as novas demandas, que incluem as cidades inteligentes e o uso do 5G. Resta saber se a capacidade de execução vai seguir o plano.
Segundo os dados disponibilizados em um painel interativo da Aneel, os próximos anos devem ser ainda mais importantes sob a ótica de expansão da matriz:
2022 – 243 usinas, com acréscimo de 8.562 (MW).
2023 – 295 usinas, com aumento de 11.409 (MW).
2024 – 260 usinas, ampliação de 9.553 (MW).
Ou seja, os resultados de 2021 devem ser comemorados, mas podem, ao mesmo tempo, ser apenas um indício de novos tempos.
Uma nova matriz
De certa forma, o país já ocupou as principais fontes de geração hidrelétrica. As PCHs e CGHs ainda estão sendo desenvolvidas, mas elas não são a solução para o abastecimento em larga escala. Há tendência de que os novos aportes se direcionem para as usinas eólicas e solares e também em plantas não intermitentes (térmicas), capazes de suportar os períodos sem produção e mais alinhados à transição necessária de matérias-primas.
No último ano, 48,85% do acréscimo se deveu às usinas eólicas, 32,39% às termelétricas e 17,18% às solares fotovoltaicas. Uma combinação mais inteligente desses modais – além de investimentos em tecnologia para armazenar a energia dos modais intermitentes – pode gerar menos impacto para o consumidor e garantir o abastecimento de energia do país, mesmo na escassez hídrica.
“Com uma regulação eficiente, estimulamos a expansão da geração de energia limpa. Em 2021, aceleramos a entrada em operação das usinas para combater a escassez hídrica e assim promover segurança energética e contribuir com a retomada do crescimento econômico do País”, afirmou o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, ao site da instituição.
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