Energia Elétrica: Aneel abre consulta pública para discutir pré-pagamento
Imagem: Banco de imagens Aneel
Modelo já difundido em outros setores, como telefonia móvel e transporte público, pode ser importado para o setor elétrico
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu, em 9 de fevereiro, uma consulta para saber a opinião dos consumidores a respeito do pré-pagamento de energia elétrica. Segundo a organização, a ferramenta pode auxiliar os consumidores a controlar os seus gastos com a energia e, por esse motivo, caberia a discussão do tema com a sociedade. As sugestões foram recebidas até o dia 19 de março.
O modelo de pagamento pré-pago – quando a cobrança é realizada em um momento anterior ao consumo – já existe em alguns setores de forma consolidada e com boa difusão entre o público em geral. Nesse contexto, é possível citar a telefonia móvel, o transporte público (pagamento com um cartão antes do seu uso) e até mesmo alguns modelos de cartões de crédito para viagens, por exemplo.
A proposta
O propósito da Aneel é que o consumidor defina a quantidade de energia que será comprada e em qual periodicidade. Um dos objetivos por trás da medida é a busca do aprendizado por parte do consumidor, pois ele vai passar a compreender qual é o consumo de utilização dos equipamentos e seu gasto periódico.
Os consumidores mais atentos podem se adiantar a dificuldades comuns vividas no setor energético brasileiro, como a mudança de bandeiras em função de períodos mais secos do que o normal.
Conforme a entidade, os consumidores que fazem uso do pré-pagamento apresentam uma redução dos gastos com energia elétrica. Entre as possíveis vantagens para o consumidor, encontram-se:
– Melhor controle do consumo de energia;
– Mais transparência em relação aos gastos periódicos, com a possibilidade de obter relatórios em tempo real;
– Flexibilidade para adquirir e pagar pela energia elétrica;
– Redução de multas, juros e outras taxas;
Para as distribuidoras de energia, a Aneel estima que também serão colhidos benefícios, tais como:
– Redução de custos operacionais;
– Queda da inadimplência;
– Mais transparência e eficiência no relacionamento com o consumidor;
– Diminuição de erros na leitura, faturamento, cortes;
O mercado livre
Vale lembrar que, para o ambiente empresarial, os grandes consumidores de energia elétrica já contam com a possibilidade de negociar e contratar sua própria energia, de acordo com a sua demanda: o mercado livre. Embora se trate de um sistema diferente do que o modelo pré-pago sugerido pela Aneel, muitas companhias optam por esse sistema, buscando reduzir os seus custos – em indústrias, por exemplo, ele pode chegar a 40% do custo produtivo.