24/12/2018

Expectativa do setor é de aumento da demanda para os próximos anos

EPE revisou algumas das projeções para o período entre 2019 e 2023, mas ainda assim a previsão é de um crescimento de pelo menos 3,6% a partir do ano que vem

A entrada de um novo governo no plano federal gera muitas esperanças, especialmente para o setor produtivo e empresários. O novo viés econômico mais liberal, a promessa de austeridade fiscal e de diminuição do estado fazem com que a expectativa da retomada econômica aumente de intensidade, beneficiando a produtividade do país. Dessa forma, o setor energético – que depende diretamente da força da economia para crescer – seria um dos beneficiados por essa possibilidade de consolidação da retomada.

As projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) são favoráveis para o período entre 2019 e 2023, embora tenha havido uma pequena redução em comparação aos balanços anteriores. A previsão de crescimento da demanda de 2019 frente a 2018 caiu de 3,9% para 3,6%, de acordo com a nova revisão realizada pelo órgão. Para os próximos cinco anos, a variação mínima prevista para o período será de 3,6%.

De certa forma, o crescimento da energia segue as tendências imaginadas para o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o Banco Itaú, por exemplo, a estimativa de crescimento é de 2,5%. Em relação à energia elétrica, entre 2019 e 2023, a perspectiva é de aumento da demanda de 68.897 MW para 79.944 MW, um aumento de 16%. Veja os dados abaixo:

Ano – MWmédio – Variação em comparação com o ano anterior

2018 – 66.510

2019 – 68.897 – +3,6%

2020 – 71.441 – +3,7%

2021 – 73.998 – +3,6%

2022 – 76.912 – +3,9%

2023 – 79.944 – +3,9%

Pontos de atenção

Segundo a Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), a despeito do otimismo do setor, as pautas preferenciais para o setor elétrico não serão discutidas ainda em 2018. Com a necessidade de discutir questões consideradas urgentes para o país, como a Reforma da Previdência e o ajuste fiscal, os aspectos específicos relacionados à energia elétrica têm ficado em um segundo plano.

Três frentes despertam mais atenção do setor como um todo:

– Reformulação do marco regulatório do setor elétrico;

– Disponibilidade de novas alternativas de financiamento para a expansão da geração distribuída;

– Expansão do Mercado Livre de Energia.

Em entrevista concedida ao site Grihub, o diretor de estudos da EPE, Amilcar Guerreiro, espera que as discussões relativas à Consulta Pública 33, que visa aprimorar o setor elétrico brasileiro, sejam realizadas com mais agilidade.

“A expectativa é de que o endereçamento para a abertura do mercado de energia ocorra, inclusive, de forma acelerada. Todos entendem a necessidade de reconhecimento e atribuição das diferentes fontes e é preciso reconhecer os atributos de cada uma”, afirmou.

Atualmente, são pelo menos 40 mil brasileiros que já produzem a sua própria energia elétrica – há uma tendência de que empresas invistam nessa fonte para reduzir custos. Um relatório da PWC também apontou quais são os desafios do setor elétrico brasileiro, citando a importância em aumentar a demanda para dar conta das novas necessidades do país.

Como você vê a chegada do governo Bolsonaro no poder pelos próximos quatro anos? Qual a sua previsão para o setor elétrico e o crescimento da economia? Entre em contato com a Solfus ou deixe a sua mensagem.

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