Novo diretor de Itaipu: foco na energia e em tecnologia
Imagem: Pexels
Pela primeira vez, a principal usina hidrelétrica do país será comandada por um militar; general Joaquim Silva e Luna destacou o foco na produção de energia e em mudanças, mas sem entrar em detalhes
Se o sistema de energia elétrica brasileiro é apontado como falho, Itaipu, definitivamente, não é o problema. Em 2018, a hidrelétrica produziu 96,6 milhões de MWh, o que representa a sua quarta melhor marca histórica. O recorde foi obtido em 2016, ano em que foram gerados 103,1 milhões de MWh. A usina, de repente, voltou ao centro do noticiário por um aspecto determinante: a renegociação do contrato com o Paraguai, assunto sobre o qual o blog já se debruçou recentemente.
Primeiro militar a comandar a usina, o novo diretor de Itaipu, o general Joaquim Silva e Luna, assumiu o cargo em 26 de fevereiro, com foco em mudanças, mas sem perder de vista o propósito da usina: gerar energia elétrica mais barata e com mais produtividade. “Queremos inovação tecnológica, produção de energia com segurança, menor custo operacional e menores tarifas. Estaremos de olho nisso e na austeridade de todos os gastos”, declarou na cerimônia de posse.
Sem entrar em detalhes do que pretende fazer ao longo do tempo, Luna deixou claro que deve alterar alguns aspectos da condução de Itaipu. “Pretendemos ajustar a agenda, que já está esboçada, conforme percepções e orientações alinhadas com a Eletrobras, a Ande, os Conselheiros e Atos Oficiais da Itaipu”, disse. É fato que Itaipu terá um papel determinante, especialmente se a expectativa do setor se concretizar, com aumento da demanda por energia.
De acordo com ele, contudo, a busca por evoluções tecnológicas precisa se manter como uma preocupação constante de modo que a usina esteja sempre dentro dos principais parâmetros mundiais. “O setor está em busca de novas alternativas que permitam, cada vez mais, renovação tecnológica, produção de energia com segurança, menor custo operacional e menores tarifas. Estaremos de olho nisso, e na austeridade de todos os gastos”, disse.
Avanço da negociação
No último dia 12, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e o do Paraguai, Mario Abdo Benítez, sinalizaram que a negociação entre os dois países já está em andamento em bons termos. “[As discussões sobre o assunto seguem] no mesmo espírito de entendimento construtivo que tem caracterizado esse importante projeto binacional”, afirmaram em declaração conjunta ao site institucional da usina.
Para Benítez, a integração entre os dois países é algo irreversível. “Temos uma economia que se complementa com a economia brasileira. Como países, podemos nos desenvolver conjuntamente gerando competitividade com a integração entre cadeias produtivas”, avaliou. “As relações diplomáticas internacionais não devem apenas se pautar por interesses, mas sim por princípios e por valores”, referindo-se a busca de condições favoráveis aos dois países nessa negociação.
Em sua posse, Luna deixou claro que, na gestão de Itaipu para os próximos anos, não se pode perder de vista os prazos e conceitos importantes na renegociação do Anexo C do contrato, que está relacionado à parte financeira da divisão.