17/09/2018

O que é tarifa branca de energia?

Imagem: Pexels

Modelo diferencia o custo da energia nos horários de maior e menor demanda, permitindo ao consumidor escolher se quer ser cobrado por um valor fixo ou por preços variáveis

O leitor deste blog que tenha próximo dos 30 anos deve se lembrar de como era o acesso à internet no Brasil antes da banda larga, quando eram utilizadas as conexões discadas. Era preciso esperar após as 21 horas para ter acesso mais barato e, no caso de pagar apenas um pulso telefônico, a conexão deveria ser feita depois da meia-noite. A tarifa branca de energia, de certa forma, reflete esse conceito da década de 1990 com a internet.

Ela sinaliza aos consumidores a variação do valor da energia, de acordo com o dia e o horário do consumo. Ou seja, momentos de maior demanda – como era o telefone há alguns anos – serão mais caros, enquanto os de menor procura sairão mais baratos no fim do mês.

Desde o início do ano, as unidades consumidoras atendidas em baixa tensão podem ingressar neste modelo de cobrança, conforme as Resoluções Normativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) 414/2010 e 733/2016. Trata-se de uma alternativa para os consumidores que buscam fugir dos aumentos constantes da energia, acima dos índices inflacionários.

Quem pode aderir?

O modelo de adoção será fracionado para que o mercado possa se adaptar às mudanças necessárias para a tarifa branca de energia.

1º de Janeiro de 2018 – Novas solicitações de fornecimento e unidades consumidoras (UCs) com média anual de consumo superior a 500 kWh.

1º de Janeiro de 2019 – Para novas solicitações de fornecimento e UCs com média anual de consumo superior a 250 kWh.

1º de Janeiro de 2020 – Qualquer unidade consumidora.

Vale ressaltar que consumidores inscritos na tarifa social e de iluminação pública não podem integrar o programa.

Os valores da tarifa branca de energia

Serão três diferentes horários para o consumidor final usar a energia elétrica: a chamada ponta, o intermediário e fora da ponta – sendo esta a mais barata. Em feriados nacionais e finais de semana, o valor é considerado sempre o mais baixo.

Horário de ponta – Das 18 às 21 horas no horário normal; das 19 às 22 horas no horário de verão.

Intermediário – Das 17 às 18 horas e das 21 às 22 horas no horário normal; das 18 às 19 horas e das 22 às 23 horas, no horário de verão.

Fora de ponta – Das 22 às 17 horas, no horário normal; das 23 às 18 horas, no horário de verão.

Vale a pena?

Cada negócio e residência precisa fazer análises específicas sobre a sua demanda de energia para avaliar este tipo de mudança – e a tecnologia pode ser uma aliada. Via de regra, quanto menor o consumo nos horários de ponta e intermediários mais barata sairá a conta de energia. O próprio site da Aneel faz comparações e presta informações, visando simplificar ao consumidor a escolha.

A título de comparação, o valor da tarifa branca pode ser 81% (residencial) e 89% (comercial) mais cara do que o custo tradicional no horário de ponta, mas ser 14% (residencial) e 13% (comercial) mais barata nos momentos alternativos.

É preciso, efetivamente, conhecer o seu consumo antes de adotar tal medida. De qualquer forma, ao contrário do mercado livre, que conta com um período de carência, a UC pode solicitar o regresso à cobrança tradicional – mas deverá esperar 180 dias para ingressar novamente na tarifa branca. Aproveite para conhecer os seus direitos e deveres como consumidor de energia elétrica.

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