12/02/2024

O que são usinas hidrelétricas reversíveis?

O que são usinas hidrelétricas reversíveis?

As UHRs aparecem como uma possibilidade de geração de energia renovável para o futuro: transferindo energia entre dois reservatórios de acordo com a demanda

(Imagem: Pexels)

Na discussão sobre transição energética e a busca por meios de geração mais seguros, uma das questões mais importantes a se avaliar é o armazenamento de energia. Em geral, este tema é mais recorrente nos modais intermitentes, especialmente o eólico, conforme demonstramos neste artigo do blog. No entanto, as usinas hidrelétricas reversíveis também são vistas dentro deste contexto.

Uma publicação do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica o conceito das usinas hidrelétricas reversíveis. “As UHRs são caracterizadas pela presença de mecanismos de armazenamento de energia excedente para posterior uso em períodos de picos de demanda”, explica.

A ideia, neste caso, é trabalhar com dois reservatórios de água em posições diferentes de altura. Em períodos de baixa demanda, usa-se uma bomba para trazer recursos do nível inferior. No momento de consumo de energia, o processo é reverso: ou seja, a água cai, movimentando as turbinas e gerando energia no processo tradicional.

Ainda é uma solução técnica nova, portanto não está prevista dentro dos modelos de remuneração e implementação de empreendimentos no Brasil. Mas trata-se de um tipo de usina que pode entrar no radar, especialmente por estar totalmente alinhada aos princípios de transição energética, preservando um recurso finito como a água.

A criação, a regulamentação e a implantação de usinas hidrelétricas reversíveis se enquadram nos desafios de transição energética do Brasil. Elaborar alternativas viáveis e desenvolver um olhar sistêmico aparecem em destaque dentro destas iniciativas, que podem ser inseridas no Sistema Interligado Nacional, o SIN.

Você sabe como o SIN funciona? Explicamos em detalhes neste artigo.

Dificuldades das usinas hidrelétricas reversíveis

Uma das grandes dificuldades das usinas hidrelétricas reversíveis é identificar reservatórios com um suprimento de água capaz de operá-la. Cada gerador de energia tem uma quantidade mínima de vazão de água para permitir que a turbina gire a ponto de transformar este movimento em energia.

Para isso, porém, seriam necessários estudos mais aprofundados da perspectiva econômica, social e ambiental para que as UHRs se tornem alternativas viáveis para o Brasil de verdade. Desde o fim da pandemia, porém, os investimentos no segmento têm se tornado mais comuns nas iniciativas consideradas renováveis, o que abre uma janela de oportunidades para este negócio.

Vale lembrar que a usina de Belo Monte, por exemplo, foi construída no sistema conhecido como fio d’água. Ou seja, usa o fluxo natural do rio, demandando reservatórios menores de água – ao contrário do que acontece com Itaipu.

Por um lado, este tipo de empreendimento gera menos impacto ambiental, sendo considerado mais sustentável, mas é menos atrativo da perspectiva de segurança energética. Em caso de estiagem, a geração é comprometida, visto que o curso natural do rio é afetado pela baixa vazão de água – o que poderia ser minimizado nas usinas hidrelétricas reversíveis.

Fique por dentro de outras notícias sobre o mercado de energia, iniciativas de eficiência energética e outras questões regulatórias no blog da Solfus!

Whatsapp