O uso da inteligência artificial na gestão de energia
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Proximidade da tecnologia 5G faz com que muitas empresas abram os olhos para a possibilidade de ter mais controle sobre esse insumo
É com muita atenção que muitas empresas veem a possível chegada da tecnologia 5G ao Brasil. A nova rede – uma evolução das gerações 3G e 4G – será capaz de oferecer velocidade de conexão mais alta, permitindo não só a melhoria da conexão em smartphones, como sobretudo a evolução da chamada Internet das Coisas (a troca de dados entre computadores e itens usados no dia a dia, seja em ambiente comercial ou industrial no diálogo entre máquinas ou residencial). A revolução é vista como essencial para o desenvolvimento das cidades inteligentes.
Ainda que o 5G esteja engatinhando no Brasil, muitas empresas estão apostando na inteligência artificial e na conexão entre máquinas para ganhar vantagens e permitir inovações em sua abordagem, especialmente a energética. A partir do momento em que existe uma constante troca de informações entre os equipamentos, será possível fazer análises de dados extensas, identificando o padrão de consumo de energia e adotar soluções específicas.
Em busca de mais eficiência
Nas indústrias e grandes empresas, a energia elétrica é um insumo caro: quanto maior a eficiência, maior o ganho para as companhias. Nesse sentido, obter sucesso nessa empreitada pode ser um diferencial de mercado. Um dos grandes desafios das indústrias com a gestão otimizada é evitar o desperdício de energia, visto que se trata de um insumo volátil.
A partir disso, é possível criar um plano de eficiência energética muito conectado à realidade empresarial ou ao momento vivido, seja para minimizar custos, proteger ou aumentar a eficiência de equipamentos, entre outros propósitos. Dessa forma, a empresa pode aumentar a competitividade dentro do segmento, obtendo vantagens como novos fluxos de receita, ajustes nos preços em determinados momentos.
Veja quatro benefícios do uso dessa tecnologia para a indústria 4.0:
Dados precisos – É possível saber, de forma detalhada, o consumo de energia da empresa, considerando os equipamentos existentes na indústria. Dependendo do sistema adotado, isso será possível em tempo real.
Análise – A partir dessas informações, é possível fazer análise aprofundada do atual consumo de energia e de que maneira ela pode ser otimizada, tomando como base os propósitos empresariais: ampliação da produção e redução de custos, por exemplo. Também é possível obter relatórios específicos de acordo com equipamentos, setores, entre outros – o que vai otimizar as avaliações sobre o investimento em novas máquinas.
Previsão – Com essas informações, a indústria ganha dados importantes para fazer a aquisição de energia no Mercado Livre, já que sabe exatamente onde estão os gargalos e interesses. Nesse caso, vale sempre buscar uma consultoria na contratação via essa modalidade.
Descoberta de perdas técnicas – As informações também podem indicar as chamadas perdas técnicas. Dados da Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), mostram que mais de 10% da energia produzida no país são desperdiçadas. As duas razões principais são devido a fatores técnicos, como a dissipação pelo chamado Efeito Joule, ou as perdas comerciais, como furtos e fraudes. Independentemente da razão, é possível evitar o problema com os dados.
Recente matéria do Valor Econômico mostrou que a EDP – concessionária de energia do estado de São Paulo – está usando a tecnologia para solucionar conflitos judiciais e para compreender se os problemas vividos pelos consumidores estão, de fato, sendo resolvidos. A ideia é que a tecnologia permita a alguns consumidores fazerem eles mesmos a sua medição de energia — situação que está em teste.