Pandemia impacta no consumo de energia do brasileiro
Pesquisa da Abraceel mostra que energia passou a pesar mais no orçamento do brasileiro após o aumento da permanência em casa com home office e ensino a distância
A pandemia mudou o hábito de consumo de energia do brasileiro, conforme a pesquisa “Opinião do Brasileiro sobre o Setor Elétrico”, realizada pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). O mesmo estudo, realizado desde 2015, aponta que mais de 80% dos brasileiros consideram a energia cara ou muito cara.
A principal transformação no consumo de energia do brasileiro se deu em decorrência da pandemia. Os motivos foram óbvios e ainda continuam refletindo em nossas vidas: a necessidade de permanecer mais tempo em casa, o home office forçado na grande maioria dos casos e as crianças e os adolescentes em ensino a distância.
“Para a maioria dos brasileiros, houve percepção sobre aumento do consumo e custo da energia elétrica durante a pandemia, além da redução na renda familiar. Se por um lado o brasileiro viu o consumo aumentar, por outro isso despertou a necessidade de buscar economizar para tentar reduzir a conta de luz”, afirma o estudo em suas conclusões.
O que mudou no consumo de energia do brasileiro
Como todas essas atividades dependem do uso de energia, houve uma mudança de perfil de consumo na maioria dos brasileiros. No total, a pesquisa ouviu 2.081 pessoas em cerca de 130 municípios:
– 79% dos brasileiros concordam que a conta de luz passou a pesar mais no orçamento da família;
– 78% afirmam que as despesas com a conta de luz aumentaram em meio à pandemia;
– 74% passaram a economizar energia para reduzir o valor da energia;
– 68% alegam que a casa passou a economizar energia;
Vale ressaltar que a pandemia foi realizada entre os dias 10 e 14 de maio deste ano. O período é anterior ao decreto de emergência hídrica, as decisões por bandeiras vermelhas constantes e o aumento de custos mais agressivo percebido nos últimos meses.
Bandeira ainda mais cara
Desde o início de setembro de 2021, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu que serão acrescidos R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh). Para tal, a Aneel criou, inclusive, um novo patamar de bandeira elétrica: ela saiu do vermelho para a chamada “escassez hídrica”.
Devido à emergência hídrica, o país está sendo obrigado a acionar as usinas termelétricas, que dão segurança ao sistema energético, mas, ao mesmo tempo, têm um custo mais alto, como explicamos neste artigo. Outras duas soluções recentes pensadas pelo governo federal foram a importação de energia dos vizinhos Uruguai e Argentina e uma tentativa de bloquear legislações estaduais que barram a construção de usinas nucleares, tornando-se uma alternativa às hidrelétricas.
Dicas para economizar energia
Veja maneiras de reduzir o impacto do consumo de energia em seu bolso:
– Aproveite a iluminação natural durante o dia e deixe as janelas e cortinas abertas.
– Opte por paredes de cores claras, pois diminuem a necessidade de iluminação.
– Não deixe luzes acesas em cômodos que não estiverem sendo usados.
– Troque as lâmpadas por modelos econômicos, como as de LED, que também têm vida útil maior.
– Aparelhos no modo de espera – “stand by” – seguem consumindo energia. Tire da tomada os televisores, micro-ondas, videogames, entre outros, caso não estejam em uso.
– Na hora de comprar novos equipamentos, opte pelos selos de eficiência do Procel ou a etiqueta “A” do Inmetro.
– Atenção ao ferro de passar e ao chuveiro elétrico, considerados os vilões do consumo doméstico. Use de forma consciente e cuidadosa.
Fique atento a outras notícias sobre o setor de energia no blog da Solfus e outras questões referentes ao consumo de energia do brasileiro.