Qual deve ser o reajuste de energia em 2023?
Valor médio estimado pela Aneel ao governo de transição foi de 5,6%; cálculo ainda depende da homologação de processos tarifários e terá diferenças entre as distribuidoras do país
(Imagem: Pexels)
Já existe uma perspectiva de quanto a energia elétrica deve subir em média em 2023: 5,6%, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O índice foi apresentado aos responsáveis pela área de Minas e Energia do governo de transição no fim de novembro, de acordo com a Agência Brasil.
De maneira geral, a reunião tratou de diretrizes e aspectos importantes do setor de energia no país. Os temas variaram da tarifa social, passando pela universalização do acesso à energia elétrica, renovação de concessões, inserção de novas tecnologias na matriz e, é claro, as tarifas de energia.
O valor de 5,6% se refere a uma média do país, já que os valores definitivos serão informados apenas após a homologação dos processos tarifários das distribuidoras. Em muitos casos, os momentos específicos de cada região e localidade podem interferir no reajuste de energia em 2023.
Contudo, a projeção da Aneel é de que 7 distribuidoras tenham acréscimos de tarifa superiores a 10%; 15 devem ficar entre 5% e 10%; outras 17% devem ter um reajuste de energia em 2023 entre 0% e 5%; e 13 não devem ter acréscimos no valor pago pelo consumidor, inclusive podendo reduzi-lo em até 4,3%.
“A Aneel apresentou durante o encontro um panorama das principais questões em discussão no setor elétrico, relativas aos segmentos de geração, transmissão, distribuição e comercialização, além dos temas que estão atualmente em debate que merecem maior atenção da equipe de transição”, informou a Aneel à Agência Brasil
Pontos de atenção
Além dos números, o relatório trouxe outros temas de atenção que podem interferir no reajuste de energia em 2023. Esses tópicos foram divididos em 4 grupos:
– Distribuição – Trata de renovações de concessões, sugerindo a troca do índice para reajuste do IGPM para o IPCA, em locais cuja regulação econômica não seja determinada pela Aneel.
– Transmissão – Há preocupação com a otimização do planejamento da expansão, com previsão de R$ 60 bilhões em contratações em 2023. Será preciso também discutir algumas renovações de concessões.
– Geração – Alguns pontos são muito importantes e podem interferir diretamente no reajuste de energia em 2023: renegociação do tratado de Itaipu (fim da amortização de financiamentos em 2023), ampliação do Mercado Livre, não viabilização de projetos caros com valores a serem pagos por consumidores.
– CDE – Estabelecer regras para limitar os custos de subsídios e dos gastos da CDE, discutir novas fontes de receitas, interromper subsídios a fontes incentivadas, entre outros aspectos.
Existem outros critérios importantes e que interferem diretamente no custo e reajuste de energia em 2023, como a alta incidência de impostos na tarifa. Outro ponto que requer atenção são os furtos e fraudes de energia que, embora tenham repercussão baixa no custo, precisam ser combatidos.
Há alguns bons sinais em relação às perspectivas para 2023, em especial vindos dos reservatórios. Como demonstramos neste artigo, o período seco se encerrou em boas condições. Isso indica uma menor necessidade de acionar as termelétricas, o que pode manter a bandeira tarifária no patamar verde, sem qualquer acréscimo à tarifa de energia.
Para não ficar refém dos custos de energia, muitas empresas e grandes geradores optam pelo mercado livre de energia, o que permite negociar custos de forma aberta. Veja, neste artigo, qual a antecedência necessária para organizar este momento de transição.
É possível consultar os temas tratados no encontro com o governo de transição neste link. Fique por dentro de outras notícias do setor no blog da Solfus.