Custo da reconstrução da rede elétrica no Rio Grande do Sul deve superar R$ 1 bilhão
Mais de 100 especialistas estiveram nas áreas mais afetadas do estado para determinar a extensão dos danos causados à infraestrutura de baixa, média e alta tensão
(Fotos: Pedro Piegas / PMPA)
No fim do mês de maio, mais de 100 especialistas em redes subterrâneas estiveram no Rio Grande do Sul para avaliar os estragos causados pela chuva na estrutura elétrica. A primeira estimativa realizada foi de que o custo da reconstrução da rede elétrica no estado deve ultrapassar os RS 1 bilhão, considerando os danos causados na infraestrutura de baixa, média e alta tensão.
Em 2022, o Rio Grande do Sul foi responsável por 30,5 mil dos 509.364 GWh consumidos no país, o que equivale a 6% do total consumido no país, de acordo com a Empresa de Pesquisa Energética. Dos mais de 170 mil quilômetros de extensão da rede básica do país, os gaúchos contam com cerca de 6 mil quilômetros para garantir a transmissão de energia em todo o estado.
No Rio Grande do Sul, o atendimento elétrico é suportado por cerca de 15 mil estruturas trabalhando em diversas tensões. Ao todo, o Sistema Integrado Nacional (SIN) conta com mais de 60 subestações, além de se conectar diretamente à Argentina e ao Uruguai.
Vale ressaltar que a rede básica de energia elétrica viabiliza o transporte e suprimento da energia gerada às empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas de distribuição que atuam no estado.
Por isso, a reconstrução da rede elétrica de forma eficiente será um aspecto fundamental para uma retomada segura para as localidades atingidas. Afinal de contas, é impossível pensar em uma retomada social e econômica sem uma infraestrutura adequada energética.
Não sabe como agir em casos de falta de energia elétrica? Mostramos como proceder neste artigo!
No que consiste a avaliação
Os especialistas tiveram foco especial nas redes e estações subterrâneas, com inspeções para verificar as avarias causadas pela água. Somente na capital gaúcha, são mais de 500 quilômetros de cabos e mais de 300 transformadores que tiveram que passar pela análise e entraram no custo de reconstrução da rede elétrica estimado em RS 1 bilhão.
Entre as atividades que serão realizadas pelos especialistas, estão testes e reparos nos cabos, verificação da integridade de equipamentos submersos e, se houver necessidade, a sua substituição. Essa atuação vai permitir mais agilidade para garantir que a infraestrutura energética esteja no mesmo patamar do período pré-catástrofe.
Com uma tendência de repetição de fenômenos extremos como os registrados no Rio Grande do Sul, há uma necessidade de que os sistemas elétricos sejam preparados para suportar este tipo de situação ou, no mínimo, tenham um plano básico de enfrentamento.
Não é à toa, portanto, que o setor elétrico enxerga os aprimoramentos regulatórios contra eventos extremos como uma prioridade para os próximos anos. Em publicação recente, o Crea/RS aprofundou os impactos das enchentes no sistema elétrico por meio de uma live.
“Trabalhamos para colocar em pauta os desafios das enchentes aos sistemas elétricos, que ainda vai exigir de muito tempo de nós profissionais da área técnica o envolvimento no trabalho de recuperação, na pesquisa, no desenvolvimento, no aprimoramento dos sistemas com foco na minimização dos riscos em outros eventos extremos”, destacou Caroline Radun, conselheira do Crea/RS e engenheira eletricista.
Além das catástrofes: perdas não-técnicas geram transtorno ao setor energético.
É possível assistir a live na íntegra neste link.