9/05/2023

Reservatórios “têm melhores níveis da última década”, segundo CMSE

Reservatórios “têm melhores níveis da última década”, segundo CMSE

As reservas de água se mostram favoráveis para a produção hidrelétrica, o que garante energia mais barata e sem a necessidade de acionamento das bandeiras tarifárias, conforme o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico

Imagem: Pexels

O sistema energético brasileiro é altamente dependente do sistema hidrelétrico. Não necessariamente pela garantia de fornecimento de energia. Existem outras soluções que garantem a segurança, como as termelétricas. Quando se trata do custo, porém, as hidrelétricas são imbatíveis. Por isso, observar a condição dos relatórios é um indicativo sobre o futuro do custo da energia no país.

Em um relatório divulgado no início de abril deste ano, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) indicou os melhores níveis de armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN) da última década.

“Foram verificados armazenamentos equivalentes de 83,1%, 82,9%, 91,4% e 97,7% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, no mês passado. Para o SIN, o armazenamento ao final de março foi de 85,3%”, informou o Ministério de Minas e Energia.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), espera-se que o SIN esteja com níveis hidrológicos entre 74,8% e 81,1% ao fim de setembro de 2023.

Previsão X realidade

Os dados obtidos pelo CMSE mostram que as projeções elaboradas no fim do ano passado se confirmaram. O ONS trouxe cenários conservadores e favoráveis, contemplando hipóteses críticas e as promissoras.

– Sudeste/Centro-Oeste – Entre 48,6% e 91,5%, dentro das expectativas conservadora e favorável, respectivamente. O número de 83,1% está próximo do cenário promissor.

– Norte – Entre 94,6% e 99,5%, o que seria muito superior ao índice de 2021 (77,9%). Agora, o resultado obtido foi de 97,7%, dentro da projeção.

– Nordeste – Entre 65,6% e 92%. Em abril de 2022, a previsão positiva se mostrou quase certeira, com índice de 91,4%.

– Sul – Variação entre 36,9% e 79,9%. Neste caso, a projeção favorável do ONS ficou até abaixo do resultado encontrado: 82,9%.

Ao longo do tempo, esses resultados têm se confirmado com frequência. Isso gera boas expectativas no setor produtivo e também para o consumidor residencial.

A razão é evidente: com a segurança hidráulica, reduz-se a necessidade de acionar gatilhos nas tarifas, como as bandeiras tarifárias, gerando economia. Esse resultado é importante, especialmente na situação inflacionária enfrentada pelo país nos últimos meses.

Outro fator importante é o investimento em novas modalidades energéticas. Esses aportes em energia eólica e solar garantem mais segurança ao setor, a possibilidade de variação de modais e uma menor dependência da energia térmica, em caso de baixa dos reservatórios. Dessa forma, o país ganha mais segurança e também oferece mais possibilidades aos gestores do sistema.

Período seco já indicava bons números dos reservatórios

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já havia ampliado o otimismo do setor de energia em novembro de 2022.

Depois de enfrentar uma das mais graves crises hídricas dos últimos anos, os reservatórios encerraram o período seco com bons resultados. E o melhor: os dados foram positivos em todos os subsistemas monitorados. Esses números foram apresentados em reunião do CMSE.

Isoladamente, os números de cada subsistema eram positivos. Mas se mostravam ainda mais relevantes quando se analisava a área na qual se concentra a maior produção econômica do Brasil – as regiões Sul e Sudeste.

“As projeções para o final de março de 2023 indicam o pleno atendimento de energia e de potência, isso significa que há recursos suficientes para atender todo o consumo previsto. O dado é positivo e fortalece a segurança do atendimento da demanda por eletricidade da sociedade nos próximos meses”, afirmou o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, ao site da instituição.

Mais liberdade via mercado livre

As boas perspectivas para o sistema se mostram favoráveis também às empresas que operam no Mercado Livre de Energia e àquelas interessadas em fazer essa transição.

Os contratos são negociados conforme as expectativas. Se o futuro se desenha sem a necessidade de acionamento termelétrico, as negociações tendem a ser mais interessantes – com contratos a valores mais atrativos.

Saiba mais sobre a migração para o Mercado Livre de Energia e sua antecedência necessária neste artigo.

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