Usina solar flutuante tem teste positivo em São Paulo
Imagem: Pexels
São Paulo pretende ampliar iniciativa adotada na represa Billings; modal da usina solar flutuante já é usado em diversos países do mundo
Desde fevereiro, a cidade de São Paulo realiza o teste de uma usina solar flutuante na represa Billings. Com 100 kW de potência, a estrutura fica montada no espelho d’água da represa, com o propósito de sentir na prática se a iniciativa pode ser replicada em outros locais, gerando energia limpa a partir de uma fonte sustentável de energia. O custo dos equipamentos ficou em R$ 450 mil, contratados após um chamamento público – um procedimento semelhante à licitação.
Com o sucesso do período de testes na represa Billings, o governo de São Paulo deve conduzir nova chamada pública, mas, desta vez, para contratar um responsável pela infraestrutura, que, após o período de testes, deve ser capaz de gerar 80 mW. As informações são do Canal Energia, conforme afirmações do secretário de Infraestrutura e do Meio Ambiente de São Paulo, Marcos Rodrigues Penido.
Não se trata da primeira usina do país e nem de uma inovação. Desde 2013, iniciativas em todo o mundo já superavam 1 mW. Em 2018, o país já contava com uma usina flutuante na hidrelétrica de Balbina, no Amazonas, e na hidrelétrica de Rosana, em São Paulo.
Este modelo de geração de energia já é usado em muitos países ao redor do mundo, caso de Holanda, Japão, China e Reino Unido. Especialistas estimam que há possibilidade de gerar mais energia no espelho d’água formado pelo reservatório do em instalações no próprio solo.
Um relatório produzido pelo Instituto de Pesquisa em Energia Solar de Singapura (Seris, na sigla em inglês) mostra que, em 2018, havia capacidade instalada de 1.097 mW pelo sistema – sendo que 512 mW foram inaugurados naquele ano. Uma das sugestões do Seris é justamente de investir em plantas de demonstração para comprovar a eficácia do modal, a exemplo do estado de São Paulo.
Onde podem ser usadas?
A usina solar flutuante pode ser aplicada tanto em locais próximos às grandes cidades como também em propriedades rurais. Em artigo no portal da USP, especialistas afirmam que “o principal objetivo de algumas usinas solares flutuantes é produzir energia para o bombeamento de água que será destinada a agricultura”, tornando-se uma opção bastante viável de ser reproduzida em inúmeras propriedades espalhadas Brasil afora – país com vasta extensão territorial e com boa incidência.
O relatório do Seris cita outros benefícios do investimento neste tipo de fonte:
Segundo o Instituto, a possibilidade de adicionar usinas solares flutuantes em reservatórios de hidrelétricas é um investimento interessante, pois podem ser facilmente operados. “A capacidade solar pode adicionar rendimento energético a esses ativos e ajudar a gerenciar períodos de baixa disponibilidade de água”, diz o documento.
A China, por exemplo, aproveitou antigas minas de carvão para instalar a tecnologia, transformando antigos colaboradores em gerenciadores das usinas. Dessa forma, o país trocou um modal poluidor por uma fonte limpa, o que contribui para a sociedade.
– Redução na evaporação da água, já que os painéis criam sombras e limitam os efeitos do vento;
– Diminuição da proliferação de algas nos reservatórios, o que aumenta a qualidade da água;
– Eliminação de sombras de painéis nas proximidades;
– Desnecessário grande investimento para a preparação, como fundações ou nivelamento;
– Instalação simples.
Segundo o Instituto, a possibilidade de adicionar usinas solares flutuantes em reservatórios de hidrelétricas é um investimento interessante, pois podem ser facilmente operados. “A capacidade solar pode adicionar rendimento energético a esses ativos e ajudar a gerenciar períodos de baixa disponibilidade de água”, diz o documento.
A China, por exemplo, aproveitou antigas minas de carvão para instalar a tecnologia, transformando antigos colaboradores em gerenciadores das usinas. Dessa forma, o país trocou um modal poluidor por uma fonte limpa, o que contribui para a sociedade.