17/07/2023

Quais as características mais relevantes de projetos de energia eólica no Brasil?

Quais as características mais relevantes de projetos de energia eólica no Brasil?

Condição geográfica, altura das pás, redução das incertezas, investimento em equipamentos e fator de capacidade são alguns dos principais pontos a serem considerados

Em 2022, a energia eólica no Brasil teve um crescimento de 13% em relação ao ano anterior dentro da geração. Estima-se que cerca de 7% do total da energia consumida no país já seja oriunda de projetos eólicos, que seguem em expansão. Atualmente, o parque eólico brasileiro tem uma capacidade instalada de 25 mil megawatts, que, em 2022, entregou 9 mil megawatts médios.

Em um e-book recente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que detalhamos neste artigo do blog, é possível constatar um grande aumento dos investimentos em projetos eólicos, especialmente a partir de 2013. Nesse ano, atingiu-se um patamar próximo a R$ 15 bilhões de aportes, que entrou em uma espiral de queda até 2019, quando voltou a subir, atingindo números próximos a R$ 15 bilhões em 2020.

Com a primeira contratação eólica via leilão sendo realizada em 2009, a energia eólica no Brasil teve um crescimento exponencial em cerca de uma década. Desde 2018, porém, essas iniciativas são a principal categoria de investimento energético no Brasil dentro da chamada geração centralizada.

Mas quais os principais fatores que contribuem para a energia eólica no Brasil?

Vamos ao ponto básico: como funciona uma turbina eólica? Ela captura a energia do vento por meio de suas pás, que transfere a uma caixa de engrenagens ou gerador. O equipamento converte esta energia rotacional em eletricidade.

Em um material específico sobre o tema, a EPE estabeleceu alguns critérios que mostram a evolução dos projetos de energia eólica no Brasil, suas incertezas, perspectivas de melhora e desafios a serem superados. Confira os principais pontos abaixo:

– Condição geográfica – As regiões Sul e Nordeste do Brasil estão entre os melhores locais do mundo para a implantação de projetos eólicos. Os ventos do Nordeste têm uma maior disparidade ao longo do ano, enquanto os do Sul são mais homogêneos.

“Na região Nordeste, o vento é caracterizado por pouca variação em sua direção, altas velocidades médias e baixa ocorrência de eventos extremos, o que favorece a operação dos equipamentos. Na região Sul, embora haja uma grande variação na direção do vento e maiores ocorrências de velocidades extremas, a velocidade do vento é alta e propicia um bom aproveitamento do recurso”.

– Altura das pás – A localização e a característica da região influenciam no posicionamento das pás, que vão ser acionadas pelo vento. Inicialmente, o país previa a instalação a pelo menos 30 metros. Os projetos eólicos mais recentes devem fazer medições a partir dos 50 metros para determinar a melhor eficiência.

Desde 2017, mais da metade dos empreendimentos estão investindo em eixos superiores a 120 metros.

– Incerteza – Assim como outros modais intermitentes, determinar os locais adequados e a altura das pás ajudam a diminuir as incertezas relacionadas aos projetos eólicos. Com o aumento de projetos e os estudos anemométricos, que avaliam dados de direção, velocidade, intensidade, constância, entre outras variáveis, há uma redução das incertezas de geração ao longo do tempo.

“A incerteza padrão de um empreendimento eólico corresponde ao desvio-padrão dos valores previstos de geração anual durante o período de vigência do contrato e é resultado da composição das diversas incertezas envolvidas”, explica a EPE.

– Equipamentos – Nesse contexto, o diâmetro do rotor, a distância do solo até o centro do eixo da turbina e a potência contribuem para determinar a estimativa de produção de energia de um projeto eólico. Isso se soma às características anemométricas do local de instalação do empreendimento.

Quanto à potência, a média de capacidade das turbinas saiu de 1,4 MW em 2007 para 4,8 MW em 2022, um aumento de 251%. Na prática, isso significa projetos mais eficientes e que entregam mais energia.

– Fator de capacidade – Todos os tópicos anteriores levam ao chamado fator de capacidade dos projetos eólicos. Vale ressaltar que este critério não indica a efetiva geração das usinas, mas a sua expectativa de produção.

“O fator de capacidade de um empreendimento é definido como a razão, em determinado intervalo de tempo, entre a produção de energia efetiva da planta e o que seria produzido se ela operasse continuamente em sua capacidade nominal”, ensina a EPE.

Assim como em outros modais sustentáveis, os resultados de um empreendimento eólico dependem das condições naturais do ambiente, de estudos e da aplicação dos melhores equipamentos disponíveis para a ampliação da eficiência. No caso dos empreendimentos eólicos, eles ainda trazem o benefício de serem relativamente rápidos em sua implantação, tomando uma média de 16 meses para saírem do papel.

Acompanhe outras notícias do setor de energia no blog da Solfus.

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