16/05/2023

Os investimentos em energia elétrica no Brasil na última década

Os investimentos em energia elétrica no Brasil na última década

Segmento recebeu aportes anuais superiores a R$ 67 bilhões ao ano, totalizando R$ 740 bilhões

Qual foi o valor dos investimentos em energia elétrica na última década? Com essa pergunta em mente, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) buscou identificar o montante aplicado no setor e como ele foi distribuído. Ao observar os valores relacionados ao passado, torna-se mais simples planejar o futuro, a exemplo do que ocorre com documentos como o Plano Nacional de Energia 2050.

Quando se analisam os dados obtidos pela EPE, é possível afirmar que, entre 2010 e 2020, os investimentos em energia elétrica atingiram cerca de R$ 740 bilhões. Em uma média dos 11 anos analisados, os valores superam os R$ 67 bilhões.

Percebe-se um aumento nos aportes com o passar dos anos, sendo que o maior valor registrado nesta série pela EPE se deu em 2020, com um índice superior a R$ 77 bilhões. Anteriormente, o maior volume aportado havia sido de R$ 75 bilhões.

Vale ressaltar que estes números passaram por uma correção para se tornarem um parâmetro mais fiel dos investimentos em energia elétrica. Os valores nominais foram “ajustados pelo indicador oficial de inflação do Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, tendo como referência dezembro de 2020”.

Estes dados servem de referência, inclusive, para ajustar a complexa equação entre a economia e a demanda de energia no país. Como demonstramos neste artigo do blog, a energia elétrica é um insumo necessário a qualquer negócio do país e, por isso, garantir um volume adequado de recursos ao segmento é fundamental para as pretensões econômicas do Brasil.

A divisão dos investimentos em energia elétrica

A análise da EPE se divide em seis critérios de investimento: Distribuição; Micro e minigeração distribuída (MMGD); Pesquisa & Desenvolvimento; Eficiência Energética; Transmissão; e Geração Centralizada.

Nos 11 anos pesquisados, o segmento que recebeu os maiores volumes foi o de geração centralizada, com R$ 353 bilhões, representando 48% do total. Em segundo lugar, apareceu a área de distribuição, com R$ 186 bilhões (25%). A transmissão foi responsável por 22% (R$ 162,5 bilhões), com o restante sendo preenchido por MMGD, pesquisa & desenvolvimento e eficiência energética.

No caso da geração distribuída, é possível perceber um grande avanço a partir de 2018. A série histórica não contemplou o boom recente de procura pela modalidade, causado pelo Marco Legal da Geração Distribuída. Até o início deste ano, houve uma verdadeira corrida para garantir a modalidade com um subsídio pelos próximos 22 anos, conforme explicamos neste artigo.

A força das renováveis

No segmento de geração centralizada, quase 90% do volume total aplicado foi voltado às fontes renováveis. Até o ano de 2012, os investimentos se concentravam nas fontes hidrelétricas. Desde 2013, os aportes no modal eólico se tornaram mais relevantes, tornando-se o principal desta área desde 2018. Além disso, a geração solar fotovoltaica também teve grande crescimento a partir de 2016.

Não é à toa que o país está aumentando a sua geração de energia renovável, especialmente quando há contribuição das chuvas. Depois de um período de baixa dos reservatórios, o Brasil conseguiu ampliar a geração de energia renovável em 2022, representando o maior volume de geração de fontes renováveis.

Nesse contexto, os investimentos em energia elétrica relacionados aos segmentos renováveis também se mostram alinhados às expectativas para o futuro.

Vivemos um momento de transição energética, na qual se buscam fontes menos poluentes, como a solar, eólica e a própria hidráulica para descarbonizar a economia. Os dados das renováveis contribuem para o Brasil se tornar uma referência na área, algo que deve ser buscado pelo país nos próximos anos.

Confira os dados integrais da EPE e seu detalhamento aqui.

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