O que é o Programa PotencializEE?
Aumento de eficiência energética previsto pela iniciativa está em linha com as demandas de transição energéticas esperadas para os próximos anos
(Imagem: Pexels)
Uma pesquisa da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) aponta que o investimento em energia limpa vai ter que mais do que triplicar até 2030, se houver interesse em zerar as emissões de carbono até 2050. A entidade estima um aporte de US$ 4 trilhões em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos alinhados aos princípios da transição energética.
Embora o Brasil já tenha mais de 80% de sua capacidade energética oriunda de fontes renováveis, o país também está buscando encontrar meios para atuar em eficiência energética, como é possível verificar no site do Ministério de Minas e Energia (MME).
Uma dessas iniciativas é o Programa PotencializEE. Coordenado pelo MME, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), e em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a iniciativa visa impulsionar a descarbonização e o crescimento industrial por meio da eficiência energética.
A estimativa é de que o programa gere uma economia de R$ 10 bilhões e a diminuição de 4,5 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera até 2050. Nesse contexto, o desafio deste tipo de programa está em identificar as lacunas e conseguir superar os obstáculos para o aumento da eficiência energética.
Neste artigo do blog, listamos 5 desafios para a transição energética brasileira, incluindo a formação de mão de obra especializada. Conforme a IEA, a expectativa é que, até 2030, a maior parte das reduções de carbono sejam decorrentes das tecnologias já existentes. Até 2050, porém, há perspectiva de que iniciativas em fase de estudos ou de protótipos possam contribuir para atingir os resultados esperados.
Os dois focos do Programa PotencializEE
Atuando de maneira global na transição energética, o Programa PotencializEE terá duas frentes principais:
– Desenvolver propostas de aperfeiçoamento de Eficiência Energética, em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com atenção especial para as pequenas e médias indústrias brasileiras.
– Estimular as inovações da eficiência energética industrial em energia térmica, visando apresentar melhorias na cogeração, recuperação de calor, treinamentos, gestão energética e inovação. Ou seja, o foco está em tornar a usina térmica mais eficiente e menos poluente.
Estas melhorias, porém, devem se calcar em um tripé que se adeque às inovações tecnológicas e também às necessidades de transição energética. Por isso, as áreas de sustentabilidade, de segurança e de equidade energética serão prioritárias, convertendo-se na eficiência energética.
De acordo com o Sebrae, a iniciativa deve beneficiar cerca de 10 mil pequenos negócios. Nesse contexto, as melhorias para as indústrias podem acontecer em diversas frentes.
Entre elas, é possível citar iluminação, motores, bombas, ventiladores, condicionadores de ar, compressores, reservatórios térmicos, caldeiras, isolamento térmico, aquecedores, fornos, sistemas de gerenciamento e de medição, entre outras possibilidades.
O papel da indústria na transformação energética
A preocupação com a indústria se deve ao fato de ser um dos principais polos consumidores de energia do país. Dados da EPE mostram que o setor responde por 32,3% da energia final do país e por 37,3% do consumo. Além disso, o aumento de eficiência energética ataca um problema que é reclamação constante dos empresários do setor: o custo da energia.
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