5/08/2024

Quais fatores influenciam na cor das bandeiras tarifárias?

Quais fatores influenciam na cor das bandeiras tarifárias?

Alguns aspectos interferem no valor da energia elétrica cobrada ao consumidor por meio das bandeiras tarifárias: descubra quais são

(Imagem: Pexels)

O sistema de bandeiras tarifárias estabelece uma relação entre o valor pago pelo consumidor e o custo atualizado pago pelas geradoras na produção da energia. Nos últimos anos, os usuários de energia elétrica têm enfrentado aumentos consecutivos do valor deste insumo, que é fundamental para a economia como um todo: do consumidor residencial à produção industrial. 

Mesmo com a sua relevância, a energia elétrica aumentou 237% mais do que a inflação oficial nos últimos oito anos. Este insumo interfere diretamente no desempenho econômico do país, pois reflete nos índices de inflação e também afeta o orçamento das famílias. 

Um dos fatores para este aumento são os subsídios que são acrescidos à fatura de energia. Em 2023, eles representaram 13% do que foi pago por cada consumidor. E o seu impacto reflete também nos valores dos contratos do mercado livre de energia, que teve uma expansão de novos consumidores em 2023.

Quer saber como funciona o mercado livre de energia? Explicamos em detalhes neste artigo.

Como os modais de energia interferem na cor das bandeiras tarifárias?

A principal fonte de energia do país é a hidrelétrica, que tem um custo mais baixo do que as termelétricas. As usinas que dependem da força das águas foram afetadas pelos baixos índices de chuva em 2020 e 2021, mas depois se recuperaram. Foram 26 meses seguidos de bandeira verde, até o mês de julho, quando houve a mudança para amarela

Quando não é possível acionar as hidrelétricas, o país depende do uso das termelétricas. Apesar da expansão das usinas eólicas e solares, esses modais renováveis sofrem com a chamada intermitência: o período em que não conseguem produzir energia, seja por falta de vento ou de sol. Nesse ínterim, as termelétricas são fundamentais para garantir a segurança do abastecimento.

O sistema de bandeiras tarifárias não depende apenas do modal usado na produção da energia. Esse sistema repassa mensalmente às tarifas parte dos custos adicionais na geração. Com isso, a receita que as distribuidoras tiverem com o pagamento será descontada do cálculo do reajuste tarifário anual.

Mensalmente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) calcula o Custo Marginal de Operação (CMO) nas reuniões do Programa Mensal de Operação (PMO) – quando também é decidido se haverá ou não a operação das usinas termelétricas e o custo associado a isso. Após cada reunião, com base nas informações do ONS, a Aneel aciona a bandeira tarifária vigente no mês seguinte.

No entanto, no período mais grave de escassez hídrica, o governo manteve a bandeira “emergência hídrica” por mais tempo de forma deliberada, visando dar fôlego aos reservatórios ao incentivar a população a economizar.

Outros fatores

Além do custo da geração – influenciado pelo clima –, outros fatores contribuem para a elevação (ou redução) da energia elétrica para o consumidor final:

  • Custo de transmissão
  • Impostos e encargos – Ao todo, o setor conta com 18 encargos que interferem no valor da tarifa: veja alguns deles neste artigo.
  • Indenizações – Falamos sobre este tema neste artigo.
  • Devoluções

Quais são as cores das bandeiras tarifárias?

A Aneel explica, em seu site, as regras para a determinação das bandeiras. Recentemente, a agência fez uma alteração nos custos das bandeiras, reduzindo o impacto para os consumidores.

Bandeira verde – As condições são favoráveis à geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo.

Bandeira amarela – As condições de geração são menos favoráveis. Há acréscimo de R$ 18,85/MWh. Antes, o valor era de R$ 29,89/MWh.

Bandeira vermelha – Patamar 1 – As condições são mais custosas de geração, mas não em condições muito ruins. Há acréscimo de R$ 44,63/MWh frente a R$ 65/MWh anteriormente.

Bandeira vermelha – Patamar 2 – A situação é ainda mais grave. O acréscimo é de R$ 78,77/MWh contra R$ 97,95/MWh. 

Em agosto de 2021, devido à situação grave pela qual o país passava, foi determinada uma bandeira ainda mais pesada: a escassez hídrica. Seu custo foi quase 50% superior ao patamar 2 da bandeira vermelha à época. Ou seja, o governo já deixou claro que, dependendo da situação, é possível ultrapassar esses patamares, gerando preocupação de todo o setor.

Quer ter mais informações sobre o consumo de energia elétrica? Busca uma forma de otimizar o seu uso? Entre em contato com a Solfus e tire as suas dúvidas.

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