6/02/2023

Consumo de energia cresceu no Brasil em 2022

Consumo de energia cresceu no Brasil em 2022

Pelo segundo ano consecutivo, país registra expansão da aplicação de energia elétrica; setores como serviços e comércio puxaram o resultado para cima

O Brasil consumiu 67.275 megawatts médios em 2022, o que representa um crescimento de 1,5% em comparação a 2021, quando foram registrados 64.736 MW de consumo. Os dados representam dois anos seguidos de crescimento, algo importante depois do resultado de 2020 – que registrou queda.

Ao site da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o presidente da instituição, Rui Altieri, afirmou que a expansão foi menor do que a esperada.

“Voltamos a ver crescimento no mercado energético, o que é uma boa notícia, mas o ritmo ainda é menor do que o considerávamos a média histórica do setor. Para isso, porém, será necessária uma recuperação mais rápida da atividade econômica”

Mercado Livre X Mercado Cativo

Em 2022, o mercado livre de energia atingiu a maior representatividade na série histórica disponibilizada pela CCEE. No total, ele representou 36,4% do consumo de energia – frente a 34,5% em 2021. De acordo com a entidade, alguns fatores contribuem para isso:

– A revisão tarifária extraordinária de 2015;

– A flexibilização da medição entre 2016 e 2017;

– E o maior interesse dos consumidores do ML na compra de energia limpa.

Em relação ao ambiente cativo, houve queda de 1,4%. Parte desses números é explicado pela migração de consumidores para a mini e micro geração distribuída.

Os setores mais importantes

Dentro do Mercado Livre de energia, 13 dos 15 setores registraram aumento no consumo em comparação a 2021. As únicas exceções foram o de minerais não-metálicos (-0,1%) e têxteis (-3,8%) – este último havia crescido mais de dois dígitos em 2021 e foi afetado pela falta de matéria-prima.

Os destaques ficam por conta do setor de serviços, com expansão de 16,2%, madeira, papel e celulose e saneamento registraram 12,7% e o comércio teve 10,5% de aumento. “Serviços e Comércio mostram recuperação expressiva após o fim das restrições para o enfrentamento da pandemia”, diz a CCEE.

No caso do ramo de madeira, papel e celulose, o segmento foi um dos que cresceu na esteira da guerra da Ucrânia, visto que as companhias se tornaram players adotados por empresas internacionais.

Fontes e geração distribuída

Em 2022, a capacidade instalada foi de 6.727 MW. O ano começou com 9.552 MW e foi encerrado em 16.279 – média de 560 MW por mês. Um dos fatores para essa corrida é a busca por garantir um subsídio na geração pelas próximas duas décadas, conforme explicamos neste artigo do blog.

Entre a capacidade instalada por fonte, nota-se o crescimento do setor solar e eólico, respectivamente com 58,6% e 16,6% de expansão. No total, 85% da energia consumida pode ser considerada renovável – ainda mais pelo fato de os reservatórios estarem em boas condições, diminuindo a necessidade de acionamento das usinas térmicas.

Em 2021

Dos 64.736 MW médios de energia consumidos em 2021, o que representou um volume 4,1% maior em relação ao ano anterior, o setor industrial foi um dos principais responsáveis. Inúmeros segmentos da indústria tiveram grande expansão, caso de veículos, têxtil e metalurgia, com aumento respectivo de 21%, 20% e 12%. O comércio também contribuiu para a expansão, com 10% a mais de consumo.

Em 2021, foi possível observar como a situação hidrológica do país interferiu diretamente na geração de energia no ano passado. De acordo com os dados, houve redução de 8,8% na geração de energia hidráulica, causando estresse no sistema, que foi compensado pelos aumentos de 42,5%, 29,4% e 27,1 nos modais térmico, eólica e solar, respectivamente.

Esses dados indicam três aspectos:

1 – Superando o vácuo deixado pelas hidrelétricas

Os modais intermitentes, sobretudo a eólica, conseguiram suprir parte do buraco deixado pelas hidrelétricas, tradicionalmente a fonte mais segura e vasta do país, em um período de escassez hídrica que chegou a afetar até mesmo o abastecimento de água. No entanto, a sua intermitência exige outras medidas para garantir a segurança energética de residências e setor produtivo.

2 – As térmicas dão segurança ao sistema

É justamente neste ponto que entram as usinas térmicas. Apesar de mais caras, elas oferecem segurança de abastecimento, suprindo a intermitência das renováveis. No entanto, o seu uso precisa ser regulado por dois motivos: a questão ambiental e o seu custo – e a redução do preço aparece como um dos principais desafios do setor para 2022.

3 – Encarando um momento de estresse

Embora haja críticas ao sistema, a escassez hídrica não levou o país a uma crise de abastecimento, como a de 2001, o que indica a capacidade em lidar com momentos de estresse do sistema. Parte dessa explicação está no acréscimo à matriz com empreendimentos diversificados.

Mercado cativo x Mercado Livre

Quando se observam apenas os dados do mercado cativo (ACR) versus o mercado livre (ACL), percebe-se que, em 2021, houve uma redução do mercado cativo de 0,2%. Por outro lado, o ambiente livre de contratação registrou aumento de 13,6% no acumulado do ano em relação ao ano anterior.

De acordo com a CCEE, a redução do ACR é “atribuída ao crescimento da Geração Distribuída (GD) e às migrações entre os ambientes”. Dessa forma, o mercado livre iniciou o ano representando 32% do consumo de energia e terminou com 34,4%.

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