Nova linha de transmissão do Acre reduz custos da conta de energia

Investimento em infraestrutura traz segurança energética para cerca de 500 mil pessoas e, ao mesmo tempo, gera economia para toda a população brasileira
(Imagem: Freepik)
Entrou em operação no fim de dezembro uma nova linha de transmissão do Acre, que liga a capital Rio Branco (AC) aos municípios de Feijó e Cruzeiro do Sul. Os três municípios estão entre as cinco principais cidades do estado, totalizando quase 500 mil dos cerca de 800 mil habitantes contabilizados pelo IBGE em 2022. E qual é o impacto da linha de transmissão do Acre para o restante do país?
A ampliação da disponibilidade de energia via linhas de transmissão para a Região Norte integra o programa Energias da Amazônia, instituído no ano de 2023 pelo Ministério de Minas e Energia.
“O objetivo é reduzir o uso de óleo diesel na produção de energia na região e, consequentemente, diminuir a emissão de gases de efeito estufa, substituindo o processo de geração de energia por fontes renováveis”, informa o site da iniciativa. Esta medida é importante para diminuir a dependência de geradores nos chamados sistemas isolados, que explicamos com mais detalhes neste artigo.
Basicamente, são áreas mais remotas ou de difícil acesso – como Fernando de Noronha, por exemplo –, nos quais a construção de linhas de transmissão é considerada mais complexa por motivos econômicos ou técnicos. No entanto, há, também, um aspecto de sustentabilidade, especialmente dentro de localidades próximas à floresta amazônica.
Como será o fornecimento de energia na próxima década?
Qual o impacto da nova linha de transmissão do Acre?
É possível separar estas vantagens em alguns critérios:
– Segurança Energética – O abastecimento de energia a partir de linhas de transmissão é mais seguro e eficiente do que nos sistemas isolados. Com isso, torna-se mais simples coordenar a demanda de energia e evitar problemas no fornecimento energético, como o apagão que afetou o Amapá há cinco anos.
– Economia – A maior parte do fornecimento de energia em sistemas isolados é dependente de óleo diesel. Ao investir em uma linha de transmissão do acre, reduz-se o custo pago por todos os consumidores brasileiros em relação à energia. A Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) é um subsídio presente na fatura de energia, que afeta a todos.
– Sustentabilidade – Todo o globo vive uma busca por energias mais limpas, representadas pelos modais renováveis, como o hidrelétrico, eólico e solar. Nesse contexto, a descarbonização é uma das diretrizes adotadas pelo próprio Brasil e por outros países em prol de um fornecimento de energia mais limpo.
– Atração de negócios – Como se sabe, a disponibilidade de energia é um insumo fundamental para qualquer corporação. O fornecimento energético via geradores é visto como um risco por muitas organizações, o que limita o interesse das empresas por investimentos na região.
Em dezembro, o MME fez os testes finais relacionados à operação da nova linha de transmissão do Acre para garantir a sua integridade e confiabilidade e gerar estes benefícios tanto à população do estado quanto ao país como um todo.
Os desafios energéticos da Região Norte
De acordo com o MME, a integração de Cruzeiro do Sul – uma cidade com 90 mil habitantes, mais de 10% da população total – é um grande avanço para a segurança energética do estado. Estima-se que, anualmente, são necessários cerca de 6 milhões de litros de óleo diesel para atender a demanda de energia da região, gerando um custo próximo a R$ 240 milhões por ano.
Para obter estas vantagens, porém, houve necessidade de adequar o projeto às especificidades da região em relação às licenças ambientais e também na relação com os povos indígenas. O traçado passou por uma comunidade originária, o que exigiu um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para assegurar a continuidade das obras e a operação da nova infraestrutura, conforme mostra matéria de um jornal local.
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