As projeções de energia do Brasil para os próximos 5 anos
Plano de Operação Energética (PEN) garante condições de abastecimento tranquilas no país em um período de cinco anos
A carga média anual de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) deve crescer 3,2% ao ano até 2027, de acordo relatório elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O chamado Plano da Operação Energética (PEN) visa apresentar as condições de atendimento ao mercado em um horizonte de cinco anos a partir de projeções de energia do país.
Em relação à capacidade total instalada, deve-se saltar de 213.809 MW para 242.222, o que representa um aumento de 13,2%. Um dos pontos positivos apresentados pelo documento é a expansão de todos os subsistemas do SIN. No total, a expansão será de 13%, saindo de 74.724 MW médios para 84.695.
– Norte – De 7.068 MW médios para 8.164, crescimento de 15,5%;
– Nordeste – De 12.588 MW médios para 14.008, expansão de 11,2%;
– Sul – Ampliação de 13,1%, saindo de 13.173 para 14.911 MW médios;
– Sudeste/Centro-Oeste – Aumento de 12,3%: de 42.363 para 47.612 MW médios.
O crescimento de todas as regiões é importante para garantir uma operação mais fluída do SIN, diminuindo a necessidade de transferência de energia entre as diversas regiões do país.
Em um mundo ideal, cada região consegue suprir as suas próprias demandas – ainda que o propósito do SIN seja garantir abastecimento de forma segura, conforme explicamos neste artigo do blog. Ter sucesso nesta estratégia auxilia a ampliar a eficiência energética, além de reduzir os custos e os impactos ambientais da transferência energética entre diferentes regiões.
Na avaliação do ONS, os balanços de energia do Nordeste e do Norte são positivos em todos os anos, indicando sobra de energia contratada para as regiões. “O Sudeste/Centro-Oeste apresenta balanço positivo até 2026, se tornando levemente negativo em 2027. O Sul apresenta balanço negativo em todos os anos”.
Este índice apenas comprova uma mudança na lógica energética do país. Por algum tempo, o Sul garantiu o abastecimento, em especial devido à Itaipu. No entanto, a expansão de solares e principalmente das eólicas alterou a lógica da demanda regional de energia: o Nordeste saiu de importador para exportador.
Projeções de energia: fontes de geração
Como já se percebia em relação aos investimentos em energia elétrica no Brasil na última década, as energias renováveis já estão mais do que consolidadas na matriz energética brasileira. Mais do que isso, as projeções de energia demonstram um crescimento de sua aplicação de 2023 para 2027.
Em maio de 2023, as térmicas representavam 11,3% do total de 203 GW da capacidade instalada. Para 2027, serão 9,2%. Por outro lado, as solares devem sair de 4,1% para 8,1%; micro e minigeração distribuída de 10,8% para 16,5%.
“A participação conjunta das fontes solar fotovoltaica e MMGD (composta quase que na sua totalidade por painéis solares) em maio de 2023 é de cerca de 14,9%, evoluindo para cerca de 24,6% ao final de 2027, fazendo com que a fonte solar seja a segunda maior em termos de capacidade instalada do SIN”, analisa o ONS no documento.
As projeções de energia apontam para uma evolução mais comedida das eólicas: de 12,4% para 13,9%. Estes três dados compensam a queda de representatividade das hidráulicas, que serão 42,1% do total em 2027 contra 50,1% em 2023. Esta transformação, porém, não deve impactar no “equilíbrio estrutural do SIN durante todo o horizonte (2024/2027)”, conforme o ONS.
Clique aqui para ler o PEN na íntegra.
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