Qual é o impacto da temperatura no setor elétrico?
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País teve recorde de consumo de energia em 2023, causando forte impacto da temperatura no setor elétrico
Em novembro de 2023, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou o recorde de demanda instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN). Pela primeira vez na história, o consumo superou o patamar de 100 (MW), conforme a Agência Brasil. Não é uma coincidência que este pico tenha ocorrido em meio a uma onda de calor que afetou todo o país.
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre o Clima (IPCC), coordenado pela ONU, o aquecimento global está seguindo numa velocidade acima do que era previsto. Uma das estimativas prevê um aumento de 1,5ºC acima do nível pré-industrial dez anos do esperado: em 2030. As consequências disso são eventos climáticos extremos, como as ondas de calor e chuvas acima das médias históricas.
O impacto da temperatura no setor elétrico é consequência direta do aumento do consumo energético, tanto no ambiente residencial quanto no comercial. Cada vez mais, as famílias investem em equipamentos como ar-condicionado para trazer mais conforto térmico em meio ao crescimento da temperatura.
Essa tendência percebida em 2023 não é necessariamente uma novidade. Um relatório da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em janeiro de 2019, mostrou como o calor registrado no mês interferiu no consumo de energia por parte dos brasileiros.
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O impacto da refrigeração
Se o consumo residencial foi considerado o vilão, o estudo da EPE mostra que, na realidade, a refrigeração de ambientes – o que inclui o consumo comercial também precisa ser considerado. Muitas indústrias contam com máquinas sensíveis e que precisam ser preservadas das altas temperaturas.
“Além de haver demanda média maior, em períodos mais quentes, verificam-se valores de ponta superiores, por conta da influência do consumo de eletricidade para refrigeração de ambientes, especialmente em determinados períodos do dia, devido à simultaneidade do uso”, afirma.
“Como consequência, quanto mais tempo as altas temperaturas perduram, maior tende a ser o seu impacto na carga de energia”, destaca o documento.
Nesse contexto, fábricas e empresas que operam com insumos que requerem temperaturas controladas sofrem com o impacto da temperatura em seu consumo. Este ponto de atenção deve estar em seu planejamento, sobretudo para as corporações que integram o mercado livre.
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Ar-condicionado é o vilão residencial
Assim como nas ondas de calor de 2023, um dos grandes “vilões” foi o uso de energia nas residências, especialmente o aumento de ar-condicionado nos lares brasileiros.
Em 2019, a própria EPE assumiu que a projeção para o período foi equivocada. “As previsões para os requisitos de geração do sistema elétrico não incorporam premissas de temperatura acima da média histórica para este período e, com isso, tornaram-se subestimadas”, disse o levantamento mensal.
Essas estimativas são realizadas pela EPE, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Esses picos de consumo demandam movimentações no SIN e um planejamento da expansão de sua capacidade, de modo a suportar o impacto da temperatura no setor elétrico, assim como as demandas tradicionais do setor produtivo.
Neste artigo, apresentamos quais são as projeções de energia para o Brasil nos próximos cinco anos, conforme o Plano de Operação Energética (PEN), do ONS. Além disso, o país avança nos estudos para o armazenamento de energia decorrente das fontes intermitentes, como as eólicas e as solares.
Nesse contexto, um dos desafios está em fazer investimentos e ajustes no sistema que estejam alinhados aos princípios de eficiência energética, ainda mais em um contexto de transição energética.
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