Para que serve a demanda contratada de energia?
Grandes consumidores podem estabelecer os parâmetros do abastecimento, garantindo economia e segurança no abastecimento energético
(Imagem: Unsplash)
Em um mundo cada vez mais conectado, garantir o abastecimento de energia sem riscos de sobrecarga no sistema é fundamental. Afinal de contas, a totalidade das operações estão interligadas entre si e a energia elétrica é o insumo essencial para o seu funcionamento. Esta preocupação é ainda maior para os grandes consumidores, cujo abastecimento energético ocorre em alta tensão.
Ao contrário de consumidores residenciais tradicionais, esses clientes têm requisitos claros no fornecimento de energia, caso de grandes indústrias ou consumidores com necessidades específicas, como shoppings e hospitais. A demanda contratada, nesse contexto, é uma forma de garantir a adaptação da rede elétrica à necessidade de um negócio, reduzindo os riscos do abastecimento de energia.
Diferença entre demanda contratada e consumo
Um dos aspectos importantes a respeito do tema é a distinção entre demanda contratada e consumo de energia:
– Demanda contratada se refere à potência, com medição em quilowatts (kW).
– O consumo é medido e cobrado em quilowatts por hora (kw/h), indicando o número de horas que a energia foi usada.
Para os consumidores de média e alta tensão – também conhecidos como Grupo A –, as cobranças se diferenciam entre a demanda e o consumo, que segue a lógica das casas.
No caso da demanda contratada, trata-se de um valor pré-determinado em contrato, conforme a contratação via mercado livre de energia. Ou seja, é o próprio consumidor que determina os parâmetros de contratação e a sua necessidade. Com isso, a distribuidora pode se planejar para garantir a potência necessária à operação, respeitando a demanda contratada em um fornecimento contínuo.
Os riscos da demanda contratada
Vale destacar que a demanda contratada, conforme estipulado em contrato, deve ser paga de maneira integral, independente de sua utilização ou não. Dessa maneira, o planejamento e as regras de contratação devem ser ajustados à realidade.
Um dimensionamento equivocado pode levar a multas por ultrapassar a potência contratada. Esse é um grande risco, pois os contratos costumam estabelecer penalidades altas em função de a diferença de potência poder afetar a estrutura da rede elétrica – consumo de potência 5% acima do planejado. Na outra ponta, a contratação abaixo dos requisitos mínimos leva a problemas no abastecimento de energia.
Muitas empresas têm dificuldade em determinar as suas próprias especificidades. Uma ferramenta de monitoramento auxilia a identificar os padrões de consumo e as demandas de um negócio, simplificando este tipo de previsão.
Em uma migração para o mercado livre de energia, os grandes consumidores precisam fazer o planejamento adequado de suas operações. Esse cuidado serve tanto para garantir economia em relação aos custos energéticos quanto segurança para as suas operações.
Além disso, é preciso considerar as especificidades tarifárias brasileiras, caso do horário de ponta e fora da ponta. O primeiro é a maior carga do setor elétrico brasileiro, visto que se enquadra nos picos de maior utilização de energia de uma localidade. Já o horário fora de ponta é adotado em fins de semana e feriados.
A ideia deste tipo de diferenciação é, devido à diferença de valores, incentivar os grandes consumidores a fazer um maior uso de energia em horários de menor demanda. No caso do mercado livre de energia, o desafio está em fazer o planejamento adequado, contemplando os requisitos operacionais e, ao mesmo tempo, garantindo redução dos valores pagos.
Os benefícios
Dentro do Ambiente de Contratação Livre (ACL), os grandes consumidores garantem benefícios que ainda não estão disponíveis aos clientes residenciais ou de baixa potência, como:
– Redução de custos – Como a discussão de valores ocorre diretamente com o fornecedor, é possível diminuir os custos de energia, especialmente com a consultoria de uma empresa especializada como a Solfus.
– Previsibilidade – Este fator leva em consideração tanto a segurança energética – já que a demanda contratada estipula os requisitos mínimos de abastecimento – quanto o custo a ser pago, que é estipulado em contrato.
– Flexibilidade de contratação – Uma das vantagens é poder decidir o tipo de energia: em tempos de ESG, por exemplo, é possível selecionar apenas fornecedores de usinas renováveis, como solares e eólicas. Explicamos mais sobre o tema neste artigo.
– Customização – É possível para uma indústria personalizar o fornecimento de energia. Por exemplo, uma fábrica de chocolates pode aumentar a demanda para períodos de maior produção, respeitando a sazonalidade de um negócio.
Como está o planejamento de sua demanda contratada? Você já conhece o nosso serviço de consultoria em mercado livre? Saiba mais para otimizar o seu planejamento e economia com segurança!
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