Como funciona o Sistema Interligado Nacional?
Gerenciado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, o SIN conecta os diferentes sistemas energéticos com o propósito de garantir abastecimento a todo o país, além de segurança energética
(Imagem: Unsplash)
Garantir segurança energética e abastecimento a todos os serviços é um desafio para as nações. Isso é ainda mais importante em um momento no qual a energia elétrica é, talvez, o insumo básico para a maioria das atividades produtivas.
Essa dificuldade cresce na mesma proporção do tamanho do país: e o Brasil pode ser considerado um continente pelas suas dimensões de norte a sul e leste a oeste. Por isso, iniciativas como o Sistema Interligado Nacional (SIN) são fundamentais na estruturação de um setor.
Basicamente, o SIN reúne as estruturas energéticas do país – com as raras exceções dos sistemas isolados, como demonstramos neste artigo – e as mantém interconectadas, permitindo o rearranjo energético em caso de necessidade.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), “a interconexão dos sistemas elétricos, por meio da malha de transmissão, propicia a transferência de energia entre subsistemas, permite a obtenção de ganhos sinérgicos e explora a diversidade entre os regimes hidrológicos das bacias”, diz.
Na prática, trata-se de uma espécie de rede, que engloba sistemas de geração e malhas de transmissão, permitindo a movimentação de energia no país e se adequando às demandas econômicas previstas para o futuro.
O propósito, conforme a entidade, é permitir o “atendimento ao mercado com segurança e economicidade”. A ideia é evitar apagões ou grandes desligamentos, a exemplo do incidente que ocorreu recentemente e está tendo as suas causas investigadas.
Como é a divisão do Sistema Interligado Nacional?
São, ao todo, 179 mil kms de linhas de transmissão conectadas entre si no SIN. Para facilitar a sua gestão e entendimento, é possível observar o sistema dividido em quatro subsistemas:
– Sul;
– Sudeste/Centro-Oeste;
– Nordeste;
– Norte.
O único estado que não está conectado ao SIN é Roraima, além de locais isolados, caso da Ilha de Fernando de Noronha ou de difícil acesso no Norte do país.
Parte do trabalho do ONS é investigar os caminhos para a expansão energética, resguardando critérios como custo e eficiência energética, considerando as especificidades de cada região do país, o que inclui clima, temperatura e ventos, por exemplo.
Quais as fontes energéticas do SIN?
Todos os modais energéticos estão integrados ao SIN. O desafio está em operá-los da forma mais inteligente possível, visando manter os custos reduzidos e sem afetar a segurança energética.
Nesse contexto, sua atuação se dá de forma a entender a dinâmica, os pontos fortes e fracos de cada modal energético. As renováveis solares e eólicas, por exemplo, são intermitentes – ou seja, não produzem energia de forma contínua –, enquanto a hidráulica depende dos níveis dos reservatórios.
Eventualmente, as termelétricas podem ser acionadas para garantir o abastecimento ou remanejar a produção de um local para outro, seguindo as condições climáticas do país.
Em 2023, este rearranjo leva em conta a capacidade de todos os modais, de cerca de 210,6 MW, que são divididos da seguinte forma:
– Hidrelétricas: 109.254 MW (51,9%);
– Térmicas a gás: 16.972 MW (8,1%);
– Térmicas a diesel: 4.134 MW (2%);
– Eólicas: 26.668 MW (12,7%);
– Solares: 10.271 MW (4,9%);
– Nucleares: 1.990 MW (0,9%).
O ONS é a entidade responsável pelo gerenciamento do SIN, que é regulado e fiscalizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).Fique por dentro de outras notícias e dos termos mais relevantes do mercado de energia no blog da Solfus!